Há cerca de 10 anos, Arnold Schecter, investigador de saúde pública no Texas, começou a encontrar vestígios de retardadores químicos de chamas (substâncias que ajudam a retardar a combustão) no leite materno de mulheres americanas. Aparentemente, os compostos passaram da gordura nos corpos das mães para o seu leite.
«A trajectória descrita não surpreendeu», comentou Schecter. O leite materno é rico em gordura e os compostos que encontrou – éteres de difenila polibromados ou PBDE – permanecem na gordura durante muito tempo.
A pergunta real era como é que os retardadores de chamas estavam a penetrar no corpo das mulheres. Uma fonte inesperada revelou serem os alimentos.
O investigador estudou e encontrou as referidas substâncias químicas em produtos ricos em lípidos, incluindo manteiga, manteiga de amendoim, bacon, salmão, feijões, carnes frias e outros.
O uso das substâncias químicas aumentou na década de 1970, quando os fabricantes passaram a incluir materiais sintéticos e plásticos que queimam rapidamente. Hoje, cerca de 1,5 milhões de toneladas desses compostos são usados a cada ano no mundo.
Formulações diversas de retardadores de chamas são vinculadas a uma variedade de possíveis efeitos sobre a saúde, todos ainda sob estudos. Algumas parecem ser benignas, mas outras seriam cancerígenas.
Algumas delas parecem interferir com o funcionamento normal das hormonas, especialmente da tiróide, e outras, como os PBDE, parecem afectar o desenvolvimento cerebral.
Fonte:DD