O salmão em questão é salmão do atlântico (Salmo salar) cujo ADN foi modificado através da introdução de dois genes de forma a que cresça ao dobro da velocidade e que atinja o tamanho máximo consumindo menos 25% de ração, tendo a empresa que o desenvolveu pedido autorização para a sua comercialização nos EUA em 1995, refere o Guardian.
Para além de ser um alimento seguro, a FDA considerou que a produção do salmão transgénico não terá impactos ambientais relevantes nos EUA visto que será produzido no Panamá e Canadá em espaços confinados em território terrestre, sendo “extremamente improvável que os peixes possam escapar e estabelecer-se no meio natural”.
No entanto, esta conclusão está longe de ser consensual. Com efeito, organizações ambientalistas canadianas processaram recentemente o governo canadiano por ter autorizado a produção de ovos de salmão transgénico pela mesma empresa, alegando que comporta um elevado risco de contaminação genética das populações de salmão do atlântico selvagens.
Por seu lado, a Greenpeace realça na sua plataforma online que, para além de poder contaminar as populações selvagens em caso de cruzamento, os salmões geneticamente modificados podem “desalojá-las, competir com elas por alimento e perturbar as cadeias alimentares e os ecossistemas aquáticos”.
Um outro aspeto controverso da decisão da FDA prende-se com a rotulagem dos produtos alimentares de salmão transgénico. Segundo a entidade responsável pela aprovação da comercialização de alimentos, este tipo de salmão é tão nutritivo quanto o salmão convencional, pelo que não é necessário que o rótulo especifique que se trata de salmão transgénico.
Esta determinação da FDA surge depois de uma sondagem do New York Times indicar que 93% dos norte-americanos pretendiam que os alimentos geneticamente modificados fossem identificados como tal no rótulo, inquérito que indicou ainda que 75% dos inquiridos não estava disposto a comer salmão transgénico.
Fonte: Naturlink