Um conjunto de empresas espanholas investiga a criação de bioplásticos biodegradáveis a partir de fontes sustentáveis, para embalagens alimentares, agrícolas e cosméticas.
Foi uma revolução do mundo moderno em muitas áreas, da medicina às tecnologias, passando pela alimentação. Graças à sua durabilidade e às múltiplas propriedades como a isolação termíco ou ainda a polivalência, o plástico tornou-se num material incontornável e muitas vezes ainda insubstituível nas sociedades atuais. No entanto, o seu impacto ambiental e a dificuldade de decomposição continuam a representar desvantagens importantes na sua utilização. É neste contexto que surgem iniciativas de investigação especializadas no desenvolvimento de bioplásticos, como o projeto COM4PHA.
Os bioplásticos são alternativas mais sustentáveis ao plástico tradicional fabricado à base de petróleo. Podem ser de origem biológica – ou seja produzidos a partir de recursos renováveis, como a cana-de-açúcar, o amido de milho ou a batata. Por outro lado, podem ser biodegradáveis, o que significa que são capazes de se decompor naturalmente através da ação de micro-organismos em condições específicas. Contudo, para ser considerado bioplástico, o material não precisa de cumprir os dois critérios. Pode ser fabricado a partir de matéria-prima biobaseada sem ser biodegradável, ou vice-versa.
Recentemente, o projeto COM4PHA tem-se dedicado ao desenvolvimento de novos bioplásticos biodegradáveis para embalagens de cosmética, alimentação e agricultura. A sua particularidade é procurar criar bioplásticos a partir de matérias-primas que possam ser processadas com tecnologias convencionais, limitando os custos e facilitando a sua entrada em mercados ainda dominados por plásticos de origem fóssil.
A investigação centra-se no desenvolvimento de bioplásticos baseados em Polihidroxialcanoatos (PHA). Trata-se de uma família de biopolímeros produzidos por certos micro-organismos. Estes têm a grande vantagem de ser biodegradáveis em ambientes marinhos como em solos. Além disso, são fabricados a partir de fontes renováveis, como resíduos agrícolas ou subprodutos da indústria alimentar. Assim, preenchem os dois principais requisitos para a criação de novos bioplásticos e representam uma via promissora para o futuro das alternativas sustentáveis ao plástico tradicional.
No entanto, muitos PHAs ainda apresentam limitações em termos de processamento com tecnologias convencionais. Por essa razão, o projeto tenciona facilitar esta etapa da produção e em seguida a sua introdução no mercado. Visa também trabalhar em formulações baseadas no copolímero PHBV e optimizar a sua síntese a nível industrial.
O COM4PHA é um projeto de investigação desenvolvido pelas empresas espanholas Venvirotech e ENPLAST, em cooperação com o Centro Tecnológico de Plásticos AIMPLAS. A primeira é especializada na transformação de resíduos orgánicos em bioplásticos de PHA, a segunda é focada na produção de embalagens plásticas e será responsável pela validação dos materiais desenvolvidos no âmbito do projeto.
Fonte: Tecnoalimentar
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