A Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI) revelou uma abordagem renovada da segurança alimentar.
A ONUDI lançou a sua Abordagem de Segurança Alimentar 2.0 no Fórum de Segurança Alimentar de Viena, no início deste mês. O plano apela a sistemas de segurança alimentar robustos, reconhecendo a complexidade e os numerosos intervenientes envolvidos, e sublinha a importância da responsabilidade partilhada.
Desafios como a escassez de auditores qualificados, o aumento dos custos de certificação e a diversidade de requisitos regulamentares podem perturbar as cadeias de abastecimento. Devido à crescente pressão económica, os decisores das autoridades e da indústria tentam frequentemente reduzir os custos relacionados com a segurança alimentar.
A ONUDI disse que as tecnologias da indústria 4.0, incluindo sensores inteligentes, inteligência artificial (IA), estão transformando a fabricação de alimentos e as práticas regulatórias. A digitalização permite a recolha de dados em tempo real, a análise preditiva e respostas rápidas aos riscos de contaminação, ajudando as partes interessadas a tomar decisões informadas e a reduzir os incidentes. No entanto, a digitalização também corre o risco de alargar o fosso entre os países de baixo e médio rendimento (LMIC) e outras nações devido a problemas de infra-estruturas e recursos.
De acordo com o documento, a segurança alimentar não pode ser alcançada sem uma abordagem da segurança e higiene alimentares. Os alimentos contaminados contribuem para as doenças de origem alimentar que afectam milhões de pessoas anualmente e a falta de medidas sólidas leva à rejeição de remessas nas fronteiras. Embora a segurança alimentar seja uma responsabilidade partilhada, a indústria é o principal ator, uma vez que produz o que é consumido.
Abordagem em três vertentes
A abordagem tem três partes: apoiar práticas empresariais alimentares mais seguras e resistentes; criar um ambiente para sistemas de segurança alimentar sólidos; e promover a defesa e a parceria no domínio da segurança alimentar.
A primeira parte diz que a disponibilização de serviços de segurança alimentar às empresas contribuirá para melhorar a competitividade através da redução dos custos e do desenvolvimento do sector local. Os programas de garantia voluntária de terceiros (vTPA) adaptados oferecerão soluções escaláveis para as empresas ganharem a confiança dos compradores e aumentarem o acesso ao mercado.
O segundo pilar inclui a harmonização das normas a nível nacional e regional e a elaboração de políticas baseadas nas diretrizes do Codex para satisfazer as necessidades práticas das empresas. Também se concentra na modernização das práticas das autoridades de segurança alimentar. Isto envolve o desenvolvimento de capacidades laboratoriais para testes, soluções digitais para inspecções baseadas no risco e auditorias remotas, e a promoção da partilha colaborativa de dados.
A terceira parte diz que as empresas e o sector privado nos países de baixa e média renda precisam de participar na conceção, execução e implementação de programas nacionais de segurança alimentar. A abordagem revista reconhece a necessidade de melhorar a compreensão do peso das doenças de origem alimentar. Um maior envolvimento com as partes interessadas pode contribuir para melhorar a recolha de dados, a vigilância e a partilha de informações sobre as infecções de origem alimentar, ajudando a moldar iniciativas de segurança alimentar mais eficazes, tanto a nível regulamentar como a nível da indústria.
Fonte: Food Safety News