A resistência aos antibióticos representa uma ameaça significativa para a saúde em todo o mundo. Uma fonte subestimada de bactérias resistentes são as nossas águas residuais, uma vez que as bactérias presentes nas águas residuais evoluem para sobreviver a pequenas doses de antibióticos excretadas pelos doentes.
Sem um tratamento adequado, estas bactérias resistentes podem entrar nos nossos recursos hídricos e causar infeções, ou transferir genes de resistência aos antibióticos para outras bactérias. Os cientistas que experimentam compostos naturais como potenciais tratamentos da água descobriram que os extratos de curcuma e ruibarbo, a curcumina e a emodina, inibem a atividade de algumas estirpes destas bactérias resistentes. No futuro, talvez possamos utilizá-los para controlar esta fonte de resistência aos antibióticos.
Quando tomamos antibióticos, uma parte da dose é excretada na urina e nas fezes e acaba nas nossas águas residuais. A presença desta dose baixa de antibiótico cria uma oportunidade para a evolução de bactérias resistentes.
Cientistas que estudavam bactérias resistentes a antibióticos nas águas residuais de uma estação de tratamento descobriram estirpes multirresistentes de espécies de bactérias que normalmente não são perigosas para pessoas saudáveis, mas que podem transmitir genes de resistência a antibióticos a bactérias muito mais perigosas, como a E. coli.
Desafiaram então as bactérias com compostos naturais que poderiam potencialmente ser incluídos no tratamento de águas residuais para matar as bactérias e combater a resistência aos antibióticos. Os mais eficazes foram a curcumina, que vem da curcuma, e a emodina, do ruibarbo.
Sem um tratamento melhorado, as águas residuais podem servir de terreno fértil para “superbactérias” que podem entrar em recursos hídricos como rios, lagos e reservatórios, representando riscos potenciais para a saúde pública
Leia o artigo publicado na Frontiers in Microbiology aqui.
Fonte: Greensavers Sapo