10 de Agosto de 2025
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Água: O capital invisível da resiliência europeia na hora da mudança!
2025-07-31

Num tempo de incerteza global, a água tornou-se mais do que um recurso, é um pilar estratégico de estabilidade e desenvolvimento.

Vivemos um dos períodos mais imprevisíveis das últimas décadas. Guerras comerciais, conflitos armados, instabilidade económica, e alterações climáticas colocam em risco a segurança alimentar e hídrica de toda a Europa.

A volatilidade dos preços e a incerteza no abastecimento são agora o novo normal.

Mas é também neste contexto que surgem oportunidades para repensar o modelo atual e criar estratégias sustentáveis a longo prazo. E é neste contexto que consideramos que se inscreve a Estratégia de Resiliência Hídrica Europeia.

Precisamos de uma estratégia europeia para tempos críticos

A Estratégia Europeia para a Resiliência Hídrica (EWRS) representa um momento decisivo para os recursos hídricos, não apenas a nível europeu, mas também a nível nacional e regional, desde logo porque a água é um desafio local que exige soluções com escala. É ao nível das bacias hidrográficas que os problemas ganham forma. Abundância e escassez podem coexistir lado a lado. Daí a importância de partirmos das realidades locais para construirmos estratégias verdadeiramente eficazes agora e no futuro. Captar, armazenar e gerir a água é, e será nas próximas décadas, um dos maiores desafios quer da Europa, quer do mundo em geral. Desta equação dependerão as soberanias e as independências alimentar e política, a própria segurança dos continentes, das regiões, dos países e das populações, bem como as economias.

A água é hoje um capital estratégico. Sem ela, não há produção, nem segurança, nem futuro. Garantir resiliência hídrica é garantir estabilidade económica.
E esse caminho começa agora.

Precisamos de uma estratégia europeia para tempos críticos

No caso da Estratégia Europeia para a Resiliência Hídrica (EWRS), também teremos de avançar de baixo para cima, conhecendo os problemas das regiões e usando este conhecimento para lançarmos os alicerces da EWRS, que deverá ser suficientemente abrangente e elástica, de modo a poder integrar as diferentes realidades que existem na Europa. Desta abordagem holística e flexível dependerá a sobrevivência da Europa nas próximas décadas e durante este século.

Uma só Europa, duas realidades e dois climas

Apesar das incertezas que as alterações climáticas nos reservam anualmente, a verdade é que na Europa temos duas realidades e dois climas. De um lado, a Norte temos uma Europa continental, de clima temperado, com uma distribuição mais regular da precipitação ao longo de todo o ano, enquanto do outro lado e a  Sul temos uma Europa mediterrânica, onde a precipitação se concentra no período do outono/inverno e a seca impera durante a primavera-verão. Apesar de em valores médios absolutos as diferenças serem relativas entre Norte e Sul, o modo de distribuição anual evidencia um paralelo onde regar é imprescindível na Europa mediterrânica, e onde regar é complementar na Europa continental, de clima temperado e onde a água abunda todo o ano.

E se a distribuição da água não é homogénea pelas características climáticas, tão pouco o são os usos: a água serve a agricultura no Sul através da rega e a produção de energia hidroelétrica no Norte.

Esta dicotomia reflete-se no volume da captação média da água pela agricultura, que na UE é de 59 000 hmpor ano, sendo o Sul da Europa responsável por cerca de 50 000 hm3 por ano, ou seja, mais de 84% do total. Valores que deixam bem expresso o quanto a agricultura do sul da Europa depende da água/rega devido ao clima mais quente e seco que se faz sentir na região.

Uma diferença igualmente presente a outros níveis, nas zonas temperadas onde as questões da qualidade da água se sobrepõem às da quantidade que presidem na zona mediterrânica, e dominam as preocupações com as cheias em vez das secas. E isto apesar de haver sempre regiões onde a exceção é a regra.

No momento do planeamento e das definições estratégicas, estas realidades não podem ser ignoradas. Há demasiados exemplos de insucesso na aplicação das políticas europeias, por não serem consideradas as realidades/especificidades de cada região ou sector. O resultado são situações extremas, como as vividas recentemente com o protesto dos agricultores europeus no início de 2024, um verdadeiro alerta dos campos e um sinal de que é preciso dar atenção aos contextos quando se fixam metas e políticas.

Leia o artigo completo aqui.

Fonte: Forbes

 

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