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Investigadores procuram dietas "amigas do ambiente"
2007-04-27

Investigadores da Estação Zootécnica Nacional (EZN) estão a estudar até que ponto a carga poluente resultante da produção intensiva de suínos pode ser reduzida através da manipulação dos alimentos que estes ingerem.

 

Olga Moreira, investigadora do Departamento de Nutrição Animal da EZN, afirmou que o projecto, iniciado há quase quatro anos, passa pela formulação de rações que ajudem a reduzir os níveis de azoto presentes nos dejectos dos animais.

Com divulgação final dos resultados obtidos ao longo do projecto prevista para Setembro, Olga Moreira disse poder concluir-se que uma redução de 2% da proteína bruta na dieta alimentar dos animais diminuirá em cerca de 2.000 toneladas a amónia excretada/ano, de acordo com os dados recolhidos relativos aos animais testados em laboratório.

De acordo com a investigadora a proteína bruta tem sido introduzida na ração de suínos devido à competição por elevadas produções a custos mais baixos, mas essa prática levou a um aumento da carga poluente lançada para o ambiente, nomeadamente emissões de gases para a atmosfera e a poluição por nitratos das águas subterrâneas e superficiais.

Estratégias nutricionais para reduzir o impacte ambiental em sistemas de pecuária intensiva já foram estudadas noutros países da Europa, mas em Portugal não havia resultados de monitorizações, não se podendo quantificar com precisão os impactos negativos, adiantou.

Com a colaboração da Estação Agronómica Nacional, Instituto da Soldadura e Qualidade, Laboratório Químico Agrícola Rebelo da Silva e Federação Portuguesa das Associações de Suinicultores, os investigadores da EZN iniciaram ensaios com vários grupos de animais, aos quais dão rações alimentares com diferentes quantidades de proteína bruta.

Os estrumes de cada dieta são recolhidos e colocados em diferentes campos para análise e medição das emissões de gases para a atmosfera e dos níveis de nitratos e de outros nutrientes introduzidos no solo ou que deste são arrastados.

Por outro lado, realizam-se igualmente ensaios, com suínos em crescimento, para verificação dos efeitos da diminuição da proteína bruta da dieta em factores produtivos, tais como ganhos de peso vivo.

Olga Moreira afirmou que "os resultados em laboratório apontam para uma poupança de cerca de 2.000 toneladas de amónia/ano, quando extrapolados para a população suína nacional, com uma redução mínima dos níveis produtivos".

Além do trabalho em laboratório, a experimentação decorre também em algumas explorações, onde são igualmente controladas quer as dietas fornecidas quer as emissões de gases nas instalações pecuárias, adiantou.

O projecto tem por objectivo final obter um programa de formulação de rações para suínos, que inclua também dados ambientais, o que permitirá aos produtores optar por uma formulação de dietas "amigas do ambiente", realçou a investigadora.

Olga Moreira só lamenta que, apesar de prolongado por dez meses, o projecto não possa ser continuado por um período maior.

Sublinhou ainda que "em laboratório podemos dizer que há uma redução (das emissões poluentes), mas os ensaios de campo (aplicação dos estrumes dos animais das dietas manipuladas) envolvem anos agronómicos e seria de extrema importância uma resposta a longo prazo".



Fonte: Lusa

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