São recentes as evidências de que um novo tipo de toxinas, geradas quando alimentos proteicos e especialmente os de origem animal são cozinhados a altas temperaturas, como fritar, assar ou grelhar, podendo estar associadas a doenças como a diabetes e a Alzheimer, segundo um estudo recente.
As toxinas em questão são denominadas AGE - advanced glygation produts, compostos pro-oxidantes, que também se podem produzir em processos de esterilização e pasteurização, e em alimentos processados, que foram submetidos a altas temperaturas.
Um grupo da Faculdade de Medicina do Mount Sinai Medical Center (EEUU) acaba de publicar um estudo, onde mostram que os níveis de AGE são elevados em pessoas sãs e que estes níveis aumentam com a idade.
Entre os resultados destacam também, a relação entre o maior consumo de produtos com AGE e o maior nível destas toxinas no sangue.
Os investigadores analisaram amostras de sangue de dois grupos de pessoas, com escalões etários diferentes,um menores de 45 anos e o outro de maiores de 60 anos.
Foi analisado o nível de AGE mais comuns, denominadas carboxilmetilisina (CML) e metilglioxal (MG).
Neste estudo, foram também analisados marcadores de inflamação, como a proteína C-reactiva, e foi registado o índice de gordura corporal, o peso e a dieta de cada um dos participantes.
Os resultados publicados na revista Journal of Gerontology, mostraram que os níveis de AGE eram 35% mais elevados no grupo de maiores de 65 anos.
Destes resultados, o mais interessante, terá sido que com o maior consumo de AGE, não só se verificavam maiores níveis de compostos no sangue, como também, o aumento de marcadores de inflamação, como é o caso da proteína C- reactiva.
Estes dados, são reforçados com o facto de alguns jovens terem apresentado níveis muito elevados de AGE, tendo sido inicialmente relacionado a estes valores o tipo de dieta.
No entanto, estes investigadores destacaram, que estas elevadas concentrações em jovens coincidem com concentrações determinadas em anteriores estudos, a pacientes diabéticos.
Estes níveis semelhantes, levaram-os a concluir que uma exposição prolongada e prematura a estas substâncias, através da dieta, poderá acelerar o aparecimento desta doença.
Estes investigadores explicam que o crescente consumo, de produtos com elevadas quantidades de AGE, coincide com o crescente aumento da diabetes e doenças cardiovasculares.
Estes compostos acumulam-se nos tecidos e sobrepõe-se às defesas do organismo, promovendo processos inflamatórios e, com o tempo, podem antecipar doenças e o envelhecimento prematuro.
Fonte: Consumaseguridad