Bactéria “muito rara” detectada, há mais de uma semana, no controlo de esterilização das bolsas de alimentação por via parentérica, infectou oito crianças internadas no Hospital de S. João, no Porto, tendo uma criança falecido no passado dia 12.
A direcção clínica do Hospital de S. João (HSJ), referiu não ser ainda possível dizer se esta morte, se deveu à presença da bactéria, do tipo Klebsiella, adiantando que outras duas bactérias foram encontradas no organismo desta criança.
Afirmaram também que apesar do reconhecimento da presença da Klebsiella, ou nas bolsas ou no sangue de oito crianças, a situação encontra-se estabilizada.
No entanto, não sabem como esta pode evoluir, e qual o contributo desta infecção bacteriológica para o estado actual das já referidas crianças, reforçando ser prematuro falar sobre possíveis sequelas, visto as crianças em causa terem uma possibilidade de sobrevivência muito baixa.
A fonte de contaminação, ainda não foi identificada, apesar de terem sido cumpridas todas as normas para a produção, em segurança, destes alimentos, como seja a vigilância microbiológica diária da produção de todas as bolsas, que são produzidas pelos Serviços Farmacêuticos.
Já foi pedida uma auditoria à actividade clínica relacionada com a alimentação parentérica (soro) das crianças, e ao processo de produção das bolsas utilizadas, efectuada pelos Serviços Farmacêuticos, à Comissão de Controlo de Infecção e ao Serviço de Qualidade Operativa.
A Comissão de Controlo de Infecção não detectou qualquer irregularidade na linha de produção destas bolsas, até ao momento.
Está a decorrer ainda um processo de averiguações e estudos de rastreio microbiológico que envolvem os técnicos dos Serviços Farmacêuticos, os meios utilizados na produção e a qualidade do ambiente onde são produzidas as bolsas.
Os serviços do S. João produzem este tipo de alimentação para 30 pessoas por dia, sobretudo crianças, tendo já esta produção sido suspensa, para deixar de existir a fonte de contaminação.
Esta produção foi assegurada por outras unidades hospitalares, que se prontificaram a colaborar.
Fonte: Público