Cientistas britânicos trabalham num novo método para o controle de Campylobacter, em alimentos, através da utilização de um vírus que ataca e destrói a bactéria de forma específica.
Em 2005, as infecções por Campylobacter, na UE, aumentaram em 7,8% em relação ao ano anterior, tendo-se situado a incidência em 51,6 afectados por cada 100,000 pessoas (197,363 casos registados), segundo os dados da Autoridade Europeia de Segurança Alimentar.
Segundo os peritos, durante 2005 a campylobacteriose foi a doença zoonótica com mais pessoas afectadas, tendo superado os casos de salmonelose.
Agora, um grupo de cientistas da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, trabalha em colaboração com uma empresa canadiense, para desenvolver um método de controle para esta bactéria patogénica, presente sobretudo em produtos avícolas.
Esta investigação britânico-canadiense, para o controle de Campylobacter em aves, centrou-se inicialmente em identificar determinados vírus bacteriófagos (infectam só bactérias), que atacam e destroem a bactéria de forma específica, não exercendo qualquer efeito sobre outras bactérias ou organismos e sem necessidade de usar antibióticos.
Com os resultados obtidos até ao momento, estes cientistas acreditam que, podem diminuir substancialmente a possibilidade de contaminação e, consequentemente o risco alimentar.
Estes cientistas, que apresentaram este trabalho durante um encontro da Sociedade Americana de Microbiologia, começaram por isolar vários bacteriófagos capazes de infectar e eliminar a bactéria Campylobacter jejuni das fezes das aves, para além de terem utilizado estes mesmos bacteriófagos para o tratamento de animais infectados.
Uma das principais motivações desta investigação deve-se à importância na luta contra patogénicos na produção primária, neste caso nos grandes aviários, pois segundo estes, a intervenção neste ponto deve ser cada vez mais eficaz, para que a segurança dos alimentos se mantenha garantida.
De acordo com dados recentes, divulgados pelas principais autoridades de segurança alimentar da UE e EEUU, a incidência de intoxicações por Campylobacter continua a ser alta, aumentando a preocupação em relação a este patogénico, visto este, começar a apresentar, também, formas de resistência a antibióticos comuns, como é exemplo das fluoroquinolonas.
Fonte:Consumaseguridad