O consórcio que vai apostar no pesticida revolucionário, desenvolvido por portugueses, vai investir 12,5 milhões de euros no negócio e quer começar a vender nos Estados Unidos já em 2009.
Esta investigação que decorreu durante 16 anos desenvolveu um fungicida, extraído do tremoço germinado, que mata diversos géneros de fungos responsáveis por doenças nas culturas, sem prejudicar animais ou o homem.É um produto inovador a nível internacional, e terá um preço "altamente competitivo" com os pesticidas concorrentes das multinacionais actualmente a dominar o mercado, apesar de existir, por parte dos investidores, a consciência de que estas irão reagir.
Nos próximos dois anos serão investidos 12,5 milhões de euros para construir uma fábrica piloto, e desenvolver um estudo para avançar com uma unidade de produção, enquanto a proteína do tremoço, que tomou o nome de BLAD (Banda de Lupinus Alpus Doce) é objecto de homologação nos EUA e na União Europeia.
Esta autorização para que um produto possa ser comercializado é obtida mais rapidamente nos EUA que na UE, por isso, os investigadores estimam que a BLAD possa começar por ser vendida a clientes norte-americanos, passando depois para a Europa, principalmente centro e sul, regiões mais afectadas pelas doenças provocadas por fungos.
As maiores empresas norte-americanas de vinhos já se mostraram disponíveis para fazer ensaios de campo com a BLAD.
Esta descoberta é uma "revolução" para a agricultura, nomeadamente para as vinhas, pois as vantagens que apresenta face aos seus concorrentes no mercado são bastantes.
Passam pelo facto de não ser tóxico ou prejudicial ao ambiente e ao homem, mas também por ser muito resistente e eficaz na luta contra inúmeros fungos, ao contrários dos produtos actualmente usados pelos agricultores que têm funções específicas, ou seja, cada um afecta um número reduzido de doenças.
Para já, prosseguem as investigações em laboratório, mas também já com testes feitos em campo, numa empresa certificada.
O novo produto é extraído do tremoço germinado, uma fase que não ultrapassa uma semana, pode ser ingerido pelo homem e é destruído somente no estômago e já está patenteado, tanto a nível nacional, como internacional.
Como pode ser ingerido pelo homem, evita o cumprimento do intervalo de segurança exigido por lei aos agricultores que usam pesticidas químicos, ou seja, os produtos agrícolas podem ser tratados e de seguida entrar no circuito comercial.
Fonte: AgroNotícias