Animais para consumo de toda a região do Algarve eram abatidos sem condições, o que levou a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) a encerrar ontem, o matadouro regional do Algarve, após uma fiscalização realizada de manhã, em Vale da Venda, onde funcionava, desde 1992.
O sócio-gerente da firma garante que não vai efectuar as obras exigidas pela ASAE, necessárias para a sua reabertura, pelo que os produtores algarvios deverão passar a ter de recorrer ao matadouro de Beja, o mais próximo da região.
O matadouro foi vistoriado por quatro inspectores e uma médica veterinária, onde foram encontradas teias de aranha, ferrugem, paredes conspurcadas, pavimento do chão inadequado para a função, por não ser lavável, nem impermeável, e pessoal com vestuário sujo.
A nível da refrigeração foram detectadas deficiências, de menor gravidade, pelo que nem toda a unidade industrial recebeu ordem de encerramento.
Apesar de o matadouro ter sido encerrado, o funcionamento da secção de sub-aluguer de câmaras de congelação foi autorizado a continuar por estar em ordem.
As condições detectadas não representavam perigo imediato para a saúde pública, pelo que, apesar do encerramento, não foi apreendida a carne já abatida e foi autorizada a continuação do abate de animais que se encontravam em trânsito na unidade.
No entanto, foi entendido existir um potencial perigo para a saúde pública.
O matadouro tinha sido fechado pela ASAE em Junho do ano passado, mas voltou a laborar, quinze dias depois, após algumas obras realizadas, na altura, terem sido consideradas suficientes.
Mas, estas obras foram de tal ordem superficiais que nem aguentaram um ano.
A gerência da empresa queixa-se de cansaço e de falta de apoio, e afirma ter já pedido a insolvência da empresa lamentando a falta de fiscalização a camiões espanhóis que segundo estes, transportam todo o tipo de gado, tornando pouco rentável esta unidade.
Fonte: Correio da Manhã