As empresas agro-alimentares que vendem produtos funcionais, estão a apostar numa abordagem directa aos profissionais de saúde, à semelhança dos delegados de informação médica dos laboratórios farmacêuticos.
Além da comunicação dirigida aos consumidores, através da publicidade ou dos rótulos das embalagens, as empresas alimentares sabem que são os profissionais de saúde quem melhor pode aconselhar os benefícios destes alimentos - que vão dos iogurtes, manteigas e margarinas aos leites fermentados.
Por isso, várias empresas do sector confirmam que têm apostado nesta divulgação, como é o exemplo de uma empresa,que comercializa margarinas para controlar o colesterol.
Os médicos e outros profissionais de saúde têm actualmente uma abordagem mais abrangente, dando conselhos para uma alimentação saudável, daí a importância de conhecerem as características nutricionais dos produtos, quais os seus benefícios para a saúde, sempre no âmbito de uma alimentação saudável.
Uma das formas de divulgação é feita através de congressos, artigos científicos e divulgação de folhetos.
Este contacto começou com a organização ou a presença, através de stands, em congressos e acções de formação, nomeadamente na área nutricional, estando já a evoluir para encontros directos.
Uma outra empresa têm já no seu quadro, três pessoas com formação em nutrição, que visitam os centros de saúde da Grande Lisboa e do Grande Porto.
No entanto o objectivo desta empresa, é alargar a equipa e chegar a outros pontos do País.
A multinacional que vende probióticos - leites fermentados com bactérias benéficas - distribui aos médicos, enfermeiros e nutricionistas folhetos com as características dos produtos e estudos científicos publicados em revistas da especialidade.
A comunicação aos consumidores tem de ser mais directa e os profissionais de saúde têm necessidade de receber informações mais técnicas.
Estas acções já vem sendo feito há várias décadas por outra área da indústria alimentar: os produtos para as crianças, como leites em pó ou papas.
Um médico de família e coordenador da reforma dos cuidados primários, refere não ter conhecimento oficial desta prática, apesar de não se mostrar surpreendido.
Na opinião deste clínico, este contacto é muito útil, pois os doentes fazem-lhes perguntas e é importante sabermos como responder.
Se determinados alimentos dizem que têm benefícios para a saúde, os médicos têm de estar informados sobre isso, até porque se trata de uma área que vai crescer nos próximos anos.
Contudo, este clínico refere que, enquanto nos medicamentos existem dois tipos de veículos de informação, nos alimentos há apenas um.
Nos medicamentos, além da informação fornecida pelos próprios laboratórios farmacêuticos, a autoridade nacional, o Infarmed, faz também divulgação das suas características dos remédios.
Nos alimentos, apenas existem os dados dos fabricantes.
Fonte: Diário de Notícias, Anil