Ainda que possa parecer um descobrimento tecnológico inovador, o certo é que a prata tem vindo a ser usada com fins protectores, contra as infecções, desde há milhões de anos.
As civilizações mais antigas, como os egípcios ou os fenícios, já construíam os tanques de armazenamento de água com prata para reduzir as doenças causadas pelo consumo de águas contaminadas, ou para mantê-las em boas condições durante as suas longas travessias em barco.
No ano de 1000 o Vaticano decretou o uso de cálices de prata para a comunhão com o propósito de reduzir as frequentes “indisposições” entre os seus sacerdotes e fiéis.
Os antimicrobianos são substâncias naturais ou sintéticas, orgânicas ou inorgânicas, que inibem o crescimento dos microrganismos (bactérias, fungos, leveduras, vírus ou protozoários).
A sua eficácia depende de parâmetros como a concentração, tipo de microrganismo e do substrato para além da temperatura, pH, humidade e níveis de oxigénio.
Para serem eficazes, os iões prata interferem na respiração celular da membrana do microrganismo, e uma vez dentro da célula, alteram o seu sistema enzimático, inibindo o seu metabolismo, capacidade de produção de energia e modificando o seu material genético.
O resultado é que o microrganismo perde rapidamente toda a sua capacidade de crescimento e reprodução.
Desta forma evita-se o desenvolvimento de microrganismos patogénicos como Salmonella, Legionella, Escherichia coli e Staphylococcus aureus, entre outros.
Uma das vantagens da prata é ser um antimicrobiano de largo espectro.
A prata iónica destrói as bactérias, fungos, vírus e protozoários, ainda que seja menos activa face a microrganismos mais resistentes, como os esporolados.
Estudos revelam que é muito pouco provável que os microrganismos desenvolvam algum tipo de resistência a este tipo de tratamento.
Os iões prata são ecológicos, permanentes e não contaminantes, ficando agarrados a um substrato matriz ou filme protector onde actuam.
A diferença para outros desinfectantes químicos, é que a sua actividade é continua e duradoura, não sendo eliminada através da limpeza ao produto tratado.
Para além de o seu efeito ser limpo e inócuo para outros seres vivos, não têm efeitos tóxicos em células humanas “in vivo”.
No âmbito alimentar, o tratamento por iões prata está a ser aplicado actualmente em frigoríficos domésticos, máquinas de gelo, papeis e embalagens alimentares, tábuas e talheres, superfícies, cintas transportadoras e maquinaria de indústria agro-alimentar, sabões líquidos para a lavagem de mãos à base de óxido de prata e produtos de limpeza profissional.
Todas estas aplicações estão relacionadas com os alimentos, e impedem o crescimento microbiano, mais um factor a ter em conta no campo cada vez mais exigente da segurança alimentar.
Fonte:Consumaseguridad