Governo norte-americano deverá aprovar em breve a carne e leite de animais clonados para consumo humano, apesar da rejeição da opinião pública.
A Direcção de Alimentos e medicamentos, Food and Drug Administration (FDA) prepara-se para actuar sobre os alimentos de animais clonados.
Diversos inquéritos realizados nos últimos anos mostraram que mais de 60 por cento dos consumidores dos Estados Unidos encaram com repulsa a ideia de consumir carne, leite ou ovos de animais criados por clonagem.
"É isto o que queremos fazer como sociedade?", questionou Carol Tucker Foremanm, directora da política alimentar na Federação de Consumidores dos Estados Unidos.
"Que tal servirem-nos um hamburger clonado? A verdade é que não tivemos uma debate nacional sobre isto", salientou.
Segundo o Conselho internacional de Informação Alimentar, um instituto empresarial com sede em Washington, 63 por cento dos norte-americanos negar-se-ão a comprar carne, leite e ovos que venham de animais clonados, embora a FDA diga que são alimentos saudáveis para o consumo humano.
Mas os criadores de gado e rendeiros investiram grandes quantidades de dinheiro em anos recentes na clonagem de centenas de porcos, bovinos, caprinos e aves à espera da decisão da FDA sobre quão seguros e saudáveis são estes produtos para o consumo humano.
Em 2002, um estudo da Academia nacional de Ciências determinou que a carne e o leite de gado clonado provavelmente não tem perigo algum para a saúde humana, embora tenha admitido que eram poucos os estudos disponíveis em que se apoiava para essa conclusão.
Um ano depois, um comité assessor da FDA pronunciou-se de forma semelhante, apesar de alguns dos seus elementos terem manifestado preocupação.
"As preocupações sobre a clonagem de animais vão mais além das estritas questões científicas", lembrou Tucker.
"O comité sobre biotecnologia animal da Academia nacional de Ciências lembra que é importante que o Governo dos Estados Unidos reconheça as objecções morais, éticas e sociais apresentadas pela clonagem de animais", acrescentou.
Um dos primeiros usos que se antecipam para a clonagem, logo que a FDA aprove o consumo humano dos seus produtos, é uma maior produção de leite.
"Os Estados Unidos já têm um superavit de leite que custa milhões de dólares por ano aos contribuintes em subsídios para manter os preços", disse Tucker.
"Justifica-se que clonemos animais para fazer mais leite?", questionou.
Fonte: Confagri