O tempo quente é propício ao aumento das intoxicações alimentares, sendo as grávidas, crianças, idosos e as pessoas com saúde vulnerável os que mais sofrem.

Números oficiais apenas reflectem parte da realidade, devido há sub-notificação, prevendo-se que dentro de dois anos o sistema de doenças notificáveis seja abrangente a todas as unidades de saúde.

No retrato incompleto da situação, a Direcção-Geral de Saúde dá conta de 605 casos de internamento por Salmonella em 2006.

A salmonelose apresenta maior incidência face à listeriose, porque no caso da Listeria ainda não é obrigatória a sua notificação, apesar da sua maior gravidade, como é o caso dos efeitos devastadores que pode originar no feto de uma mulher grávida.

Segundo a investigadora que tem vindo a coordenar grupos de estudo sobre bactérias em alimentos, na Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica do Porto, a contaminação é favorecida por "abusos de temperatura", isto é, manutenção de comida sem conservação no frio.

As pessoas facilitam, comenta, para referir que um pão com fiambre dado na praia pode ser um problema para uma criança; visto que passaram horas desde o momento da sua preparação, para além da temperatura ambiente, nesta altura ser muito mais elevada.

Outro erro comum, consiste em comprar alimentos e não os refrigerar o mais cedo possível, deixando-os expostos à temperatura ambiente ou mesmo ao sol.

Segundo refere esta doutorada em microbiologia, há alimentos mais susceptíveis à proliferação de bactérias como são exemplo o fiambre, patés, salmão fumado, enchidos, doces com ovos quase crus e queijos brancos.

De forma geral, o marisco encerra os riscos, bem como os alimentos mal passados.

Uma outra bactéria, a Campylobacter, que faz parte da flora intestinal das aves, e que pode passar, no abate, da víscera para a carcaça, também é responsável por muitas das intoxicações.

Fonte: JN

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