Um novo método permitirá detectar esta bactéria em alimentos de origem suína de forma eficaz. Os sintomas mais habituais em humanos são diarreia e febre.
De distribuição mundial, sobretudo em zonas com clima moderado como Europa, Ásia, África, Austrália e América, a Yersinia enterocolitica é um microrganismo presente principalmente nas carnes suínas, o principal reservatório das formas patogénicas.
Um dos principais motivos mais relevante para seu aparecimento é a refrigeração insuficiente da carne. Isto favorece a proliferação de outras enterobactérias, principalmente quando embalada a vácuo.
Em torno desta bactéria gira a controvérsia sobre qual é o melhor método para a sua detecção nos alimentos. Investigadores suecos e finlandeses asseguram ter descoberto a melhor alternativa para localizá-la de forma rápida em amostras de carne.
Amplamente distribuída na natureza, Yersinia enterocolitica é uma das espécies de Yersinia que, em conjunto com a Y. rucheri e Y. pestis é patogénica para os humanos e animais. É o agente causador de yersinioses, uma doença cujo sintoma mais habitual nos humanos é a gastroenterite, com diarreia, febre, dor abdominal e vómitos. O porco é o principal reservatório destas estirpes patogénicas e, em consequência, é o principal veículo de transmissão para seres humanos.
A capacidade da bactéria se multiplicar em alimentos a baixas temperaturas, assim como em embalagens a vácuo (condições microaerófilas, com 5-10% de oxigénio), são dois dos motivos que mais preocupações geram.
A maior parte das ocorrências detectadas estão associadas com o consumo de carne (sobretudo de porco que tenha sido submetida a um processamento insuficiente), água, leite e de derivados lácteos não pasteurizados. Também constitui um factor de risco a contaminação cruzada através de superfícies, utensílios e/ou mãos contaminadas.
Apesar dos métodos descritos para isolar e caracterizar esta bactéria em alimentos no meio ambiente e em animais, até agora, não parecia que nenhum deles fosse verdadeiramente eficaz para obter todas as estirpes de Y. enterocolitica patogénicas em humanos.
Em 2007, A Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA), numa análise sobre a incidência da bactéria em alimentos, reconhecia a dificuldade para isolar a bactéria em amostras de alimentos, e apontava já como um dos mais úteis a reacção em cadeia da polimerase (PCR), uma técnica que permite produzir de forma rápida muitas cópias de um fragmento de DNA para identificar genes específicos.
O isolamento das estirpes é um dos factores essenciais para conseguir a sua caracterização. Segundo os investigadores a precisão, o rigor e a eficácia da técnica utilizada ficaram constatados inclusive em alimentos contaminados de forma natural.
O estudo publicado na "Applied and Environmental Microbiology" descreve um método capaz de se converter numa alternativa aos sistemas convencionais actuais, já que permite a detecção das bactérias em um ou dois dias e identificar os alimentos que estão em perigo de ser contaminados.
O controle desta bactéria em suínos deve considerar todos os processos a que são submetidos desde que estão na exploração, passando pelo transporte até ao matadouro e, de forma especial, durante o abate, que é quando se realiza a esvisceração.
As investigações realizadas até agora demonstraram que esta última fase do processo é uma das mais críticas pelo risco de disseminação da bactéria, que se isola sobretudo em partes com a língua ou o intestino de animais aparentemente sãos.
Fonte: consumaseguridad