Consumir bebidas alcoólicas em moderação reduz o risco de desenvolvimento da doença de Alzheimer e de outros distúrbios de perda cognitiva, segundo pesquisadores em Chicago.
Os cientistas analisaram 44 estudos da década de 90 e constataram que pessoas que consumiam vinho, cerveja e bebidas destiladas em moderação apresentavam menor risco de desenvolver demência do que abstémios.
Poucos estudos diziam que o risco de desenvolver a doença tinha aumentado.
"O álcool é uma faca de dois gumes", disse Michael Collins, neurocientista e professor da Escola de Medicina Stritch da Universidade Loyola, e que liderou a pesquisa divulgada na revista Alcoholism: Clinical and Experimental Research "Em demasia é prejudicial mas moderamente, na verdade, pode ser útil."
Ingestão moderada de bebida alcoólica geralmente é definida como uma dose ou menos por dia para mulheres e de uma a duas ou menos por dia para homens.
"Os danos patológicos e o vasto caos social devido ao vício e ao abuso de álcool são bem conhecidos, e precisam continuar a receber atenção prioritária de médicos, pesquisadores e outros profissionais da saúde", escreveu Collins. "Mas o consumo responsável de leve a moderado de álcool parece trazer determinados benefícios à saúde."
Efeito contrário
Abuso de álcool no longo prazo pode causar perda de memória e prejudicar a função cognitiva.
Não se sabe porque é que o álcool em moderação parece ter o efeito oposto.
Uma teoria é que os conhecidos benefícios cardiovasculares do consumo moderado também podem reduzir o risco de mini-derrames que causam demência.
Collins e seu colega, Edward Neafsey, sugerem uma segunda teoria. Segundo eles, pequenas quantidades de álcool podem, na prática melhorar o funcionamento das células do cérebro.
Bebidas alcoólicas em quantidades moderadas causa “stress” nas células e, portanto, torna-las aptas a lidar com maiores situações de “stress” ao longo do tempo que podem causar demência.
Para a maioria das pessoas que bebem de maneira responsável, provavelmente não há razão para abandonar o hábito. Mas, como o potencial para o abuso de álcool existe, Collins e Neafsey não recomendam que abstémios comecem a beber.
Os pesquisadores destacam que outras coisas, além do consumo moderado de bebidas alcoólicas, podem reduzir o risco de demência como exercício físico, chá verde e uma dieta rica em frutas, verduras, cereais, feijão, nozes e sementes.
Fonte: BBC