De acordo com um estudo realizado por investigadores da Universidade da Carolina do Norte, nos EUA, e publicado no American Journal of Epidemiology, a utilização prolongada de suplementos que contêm betacaroteno, retinol e luteína em doses mais elevadas do que as presentes nos suplementos multivitamínicos aumenta o risco de desenvolvimento de cancro nos pulmões, especialmente em fumadores e ex-fumadores.
Os carotenóides são os pigmentos de origem natural, que podem ser encontrados em muitas plantas, onde desempenham funções de antioxidantes e de filtros da luz azul de elevada energia, exercendo na pele humana acções equivalentes.
Os investigadores analisaram os dados de 77 126 pessoas, com idades compreendidas entre os 50 e os 76 anos, que, em 2000 e 2002, preencheram questionários relativos ao uso de suplementos durante as décadas anteriores.
Os cientistas cruzaram os dados do questionário com os dados do registo nacional de cancro e identificaram 521 casos de cancro entre os participantes.
O estudo permitiu verificar que cada suplemento aumentava o risco de cancro de células não pequenas, o tipo de cancro do pulmão mais comum.
O estudo também revelou que, quando o betacaroteno é utilizado durante um período superior a 4 anos, o risco global de cancro nos pulmões não aumenta significativamente, mas o risco de desenvolvimento de cancro de células não pequenas aumenta mais de 3 vezes.
Relativamente ao uso de retinol, o risco de desenvolvimento de cancro nos pulmões aumentou mais de 50% e o de cancro de células não pequenas aumentou 80%.
Quanto ao uso de luteína, este aumenta 2 vezes o risco de desenvolvimento de cancro nos pulmões e 2,5 vezes o risco de desenvolvimento de cancro de células não pequenas.
Os investigadores afirmam que as elevadas quantidade de suplementos poderão interferir com a absorção, transporte e/ou metabolismo de micronutrientes ou outros carotenóides que poderão estar envolvidos na protecção contra o cancro dos pulmões.
Fonte: Saúde na Internet