Investigadores do Departamento de Química Analítica e Análises Instrumentais da Universidade Autónoma de Madrid (UAM) estão a desenvolver um novo método para a identificação rápida de micotoxinas em amostras de farinhas de milho, com níveis de contaminação superiores aos níveis máximos estabelecidos e, portanto, impróprias para consumo humano.

As micotoxinas são substâncias químicas tóxicas produzidas de forma natural pela actividade dos fungos e que aparecem em produtos agrícolas durante as fases de crescimento, transporte e armazenagem.

Estes compostos são potencialmente cancerígenos, pelo que é necessário controlar tanto a sua presença como a sua quantidade em produtos para consumo humano.

O trabalho desenvolvido pelo grupo de “Electroforese capilar com detecção dupla” e publicado em Electrophoresis, centra-se na identificação de amostras de farinha de milho contaminadas pela micotoxina zearalenona (ZON) e seus metabolitos, a-zearalenol (a-ZOL) e b-zearalenol (b-ZOL).

Para a realização deste trabalho foi necessário estabelecer um procedimento prévio de extracção destas micotoxinas por fluido superficial (SFE) que permitiu separar de forma selectiva estas substâncias do conjunto de componentes da farinha de milho.

Os extractos obtidos foram submetidos a ensaios para identificação de amostras contaminadas, usando a electroforese capilar (EC) com detecção amperométrica, o que proporcionam um sinal característico das micotoxinas em estudo.

Deste modo pode-se processar e identificar de forma rápida amostras de farinha cuja concentração total de micotoxinas seja superior ao valor estabelecido no Regulamento (CE) n.º 1126/2007 (200 µg/kg).

Além disso, para as amostras que apresentaram valores próximos do limite, desenvolvemos um método de separação por EC, com detecção amperométricos, que permite separar e confirmar a presença de ZON e dos seus metabolitos, de forma individual e verificar se o valor total de micotoxinas ultrapassa o limite estabelecido.

A metodologia proposta é rápida, suficientemente sensível e selectiva para os objectivos pretendidos, não sendo necessário recorrer a equipamentos caros e complexos.

Além disso, o consumo de reagentes é baixo e não gera resíduos poluentes, enquadrando-se nas directrizes da Química Analítica "verde".

Fonte: Engormix

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