A ingestão de alimentos ricos em gorduras estimula a formação de memórias de longo prazo, ou seja, memórias que se mantêm durante um longo período de tempo.
O grupo de investigadores responsável por este estudo havia apontado recentemente a relação entre as gorduras ingeridas e o controlo do apetite, o que poderá apresentar implicações importantes no desenvolvimento de tratamentos para combater à obesidade e outros distúrbios alimentares.
Foi concluído também que os ácidos oleicos, obtidos a partir da hidrólise da gordura animal e de certos óleos vegetais, são transformados, no intestino delgado, numa molécula denominada oleoletanolamina (OEA).
A OEA tem a capacidade de transmitir ao cérebro mensagens e saciedade e, em níveis elevados, pode reduzir o apetite e promover a perda de peso e a diminuição de níveis de triglicerídeos e de colesterol.
Os investigadores descobriram ainda, através de testes com roedores, que a OEA também auxilia na consolidação da memória, processo pelo qual as memórias superficiais, a curto prazo, são transformadas em memórias a longo prazo, e assim “armazenadas”.
A consolidação da memória ocorre por meio da activação de sinais de estímulo nas amígdalas cerebelosas, partes do cérebro envolvidas na consolidação de memórias e emoções.
Quando os receptores celulares activados pelo OEA são bloqueados, os efeitos da retenção da memória diminuem.
A OEA faz com que as memórias se mantenham, permitindo lembrar onde e quando foi feita uma refeição gordurosa.
Segundo um dos investigadores, lembrar da localização e do contexto de uma refeição cheia de gordura foi, provavelmente, um importante mecanismo de sobrevivência para os primeiros humanos.
Contudo, actualmente, esta característica pode não ser tão benéfica, visto que a OEA pode também estimular a vontade de ingerir novamente alimentos ricos em gordura que, quando consumidos em excesso, podem causar obesidade.
Fonte: FoodQuality