As mulheres idosas que consumiam mais de três chávenas de café ou chá por dia mostraram menos perda de memória do que as que tomavam apenas uma, um efeito não verificado nos homens, revela um estudo científico recente.
Este estudo foi realizado por uma equipa de investigadores portugueses e franceses que estudou o efeito da cafeína em 4197 mulheres e 2820 homens de três cidades francesas que, durante quatro anos, foram sujeitos a vários testes para avaliar o seu desempenho cognitivo.
De acordo com a investigação, as propriedades psico-estimulantes da cafeína parecem reduzir o declínio cognitivo nas mulheres sem demência, especialmente nas mais idosas.
Já nos homens, não se verificou o mesmo fenómeno, aparentemente porque assimilam a cafeína de forma diferente.
Embora não tenha sido observado nenhum impacto na incidência da demência, são necessários estudos adicionais para verificar se a cafeína pode ser potencialmente usada para prolongar o período de enfraquecimento cognitivo suave nas mulheres antes de um diagnóstico da demência.
Alexandre Mendonça, neurologista português que participou neste estudo, confirma o efeito protector da cafeína no Alzheimer e Parkinson, mas salienta que ainda não se sabe se tem efeito noutras doenças degenerativas.
Embora a cafeína possa ter um efeito protector das células nervosas, o neurologista alerta que o consumo em excesso pode ser nocivo.
Fonte: DN Ciência