Um sistema com capacidade para determinar as propriedades internas das frutas, como por exemplo a sua maturação e vida útil, está a ser desenvolvido por um grupo de investigadores da Universidade Técnica de Madrid (UPM), com o objectivo de garantir a qualidade do produto que chega ao consumidor.
Os investigadores procuram uma forma não destrutiva de medir a qualidade da fruta, um dos objectivos do projecto europeu ISAFRUIT, concretamente focado no pêssego.
No âmbito deste projecto, o Laboratório de Propriedades Físicas e Tecnologias Avançadas em Agro-alimentação (LPFTAG), da Escola Técnica Superior de Engenheiros Agrónomos da UPM desenvolveu um novo método para determinar as propriedades internas da fruta, como o estado de maturação e da vida útil, para assim garantir a qualidade do produto.
Por razões de mercado, geralmente, a fruta é colhida excessivamente verde e imatura, tendo como consequências a pobreza de sabor, para além das cadeias comerciais ou redes de distribuição impulsionarem a colheita dos frutos ainda verdes, que quando estão muito maduros, ficam excessivamente moles e mais susceptíveis a estragos.
No caso do pêssego, descobriu-se que a sua qualidade está relacionada com um estado considerado óptimo de maturação, sendo um fruto climatérico que necessita ter um mínimo de madures antes de ser recolhido para posteriormente poder desenvolver todo o seu aroma e sabor.
Para todos os tipos de fruta, a quantidade de açúcar no momento da colheita depende de factores climáticos, práticas culturais e outras, que podem variar de ano para ano e, como no caso da uva e do vinho, dificilmente são previsíveis.
Para medir a quantidade de açúcar nas diferentes frutas tem se aplicado, com êxito, as variações de proximidade do espectro, técnicas que já ultrapassam as barreiras dos laboratórios na adaptação das condições de campo, com vários centros de investigação e experimentação europeus a desenvolverem os seus próprios instrumentos, como por exemplo os espectrofotómetros portáteis, capazes de medir o espectro visível e infravermelho ao redor da fruta.
Estas medidas são utilizáveis em diversas formas relacionadas com a maturação e permitem seguir as mudanças no processo e maturação do pêssego e da maçãs, desde a árvore até ao ponto de consumo, mas sem medirem a solidez, cujas alterações são detectáveis, por sua vez, através de instrumentos mecânicos, acústicos e de impacto adoptados a equipamentos portáteis e em extensão, enquanto o espectro permite tirar determinações locais em alguns pontos do fruto.
Este novo método permitirá uma pré-qualificação dos frutos antes do seu armazenamento, de forma a estabelecer a temperatura e o tempo de conservação mais adequados, prevendo a sua vida comercial com óptima qualidade para o consumidor final.
Fonte: Confagri