Investigadores descobriram como aumentar os efeitos de um antioxidante existente na casca da uva e no vinho, e colocaram-no no mercado em forma de cápsulas, com a promessa de que estas cápsulas retardam os efeitos do envelhecimento.
São 45 quilos de uvas ou 33 garrafas de vinho tinto numa única cápsula, que promete rejuvenescer a pele e regenerar todos os órgãos.
O novo complemento alimentar é feito à base de resveratrol, um antioxidante que existe na casca das uvas tintas e também no vinho.
Estas cápsulas já estão à venda em Espanha. Em Portugal, a autoridade dos medicamentos ainda não recebeu qualquer pedido para a sua comercialização. No entanto, os médicos e especialistas nacionais não acreditam em milagres e pedem mais investigação científica.
Os efeitos antioxidantes da uva e do vinho tinto já eram conhecidos. O que dois investigadores espanhóis conseguiram fazer foi potencializar a capacidade da uva em produzir resveratrol, através da iluminação ultravioleta. E, dessa forma, aumentar cerca de duas mil vezes os seus resultados antioxidantes.
Francisco Tomás Barberán, director do Centro Superior de Investigações Científicas de Espanha, que trabalhou em equipa com Juan Carlos Espín explicou que esta substância é capaz de estimular a acção de umas proteínas que estão intimamente relacionadas com a sobrevivência celular.
Os testes realizados em ratos de laboratório provaram que, o novo complemento alimentar consegue prolongar o tempo da vida dos animais até 10%. Esta descoberta promete, por isso, um efeito preventivo no envelhecimento celular. Ou seja, o rejuvenescimento do organismo e melhorias no aspecto da pele e na circulação sanguínea no coração, no cérebro e nos pulmões.
O enólogo Paulo Migra explica que o resveratrol é considerado um composto fenólico natural com propriedades antioxidantes. O farmacologista Henrique Luz Rodrigues completa que os efeitos benéficos do consumo moderado do vinho tinto, principalmente na prevenção de doenças cardiovasculares, estarão associados a esta substância.
Por seu turno, o cardiologista João Gorjão Clara conclui que, do ponto de vista teórico, o resveratrol é uma substância com muito interesse, mas falta comprovar a sua acção nas populações.
Fonte: DN Ciência