A substância utilizada na impressão de embalagens de cartão da Tetra Pak que contaminou o leite líquido infantil da Nestlé, retirado do mercado em vários países, incluindo Portugal, também foi detectada em sumos de citrinos.

A informação foi avançada ontem pela Tetra Pak, que anunciou ao mesmo tempo que por precaução vai retirar o químico do processo de impressão de todas as embalagens de leite e sumos, progressivamente, até 31 de Janeiro.

A Tetra Pak não avança contudo o nome das marcas de sumos e leites onde foi detectada a substância. "Não podemos dizer quem são porque não sabemos. Fizemos as análises com base numa amostra dos produtos oferecidos pelos nossos clientes", justifica a porta-voz da Tetra Pak. Os valores mais elevados do ITX foram encontrados em sumos de citrinos, de laranja e limão, e nalgumas marcas de leite. "O problema não é restrito à Nestlé, foi detectado em produtos de outras marcas", confirma a porta-voz da empresa sueca.

A Tetra Pak refere que informou os clientes dos resultados das suas análises e incentivou-os a fazer testes individuais aos seus produtos.

Mas não há registo de qualquer outra empresa, além da Nestlé, ter retirado produtos do mercado.

Em finais de Setembro, duas semanas depois de as autoridades italianas terem detectado vestígios do ITX no leite líquido para bebés da Nestlé, a Tetra Pak modificou o método de impressão nestas embalagens, retirando a substância em causa do processo. "Não foi possível mudar o método em todos os produtos de um dia para o outro, por isso estabelecemos prioridades". Ontem foi anunciado que a empresa sueca vai retirar o químico do processo de impressão de todos os leites e sumos. "Até 31 de Dezembro teremos a medida aplicada a todos os leites e até 31 de Janeiro a todos os sumos", precisou O´Hayer.

Um porta-voz da Comissão Europeia avançou que a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (AESA) considerou "pouco provável" que a contaminação do leite para bebés da Nestlé represente risco imediato para a saúde pública, mas "segundo os dados disponíveis, limitados, a presença do ITX na comida pode ser considerada pouco desejável mas é pouco provável que represente risco imediato para a saúde, dada a quantidade encontrada".Bruxelas informou ainda que daqui a duas semanas a AESA deverá apresentar uma avaliação preliminar sobre os riscos da substância e que o relatório final deverá estar concluído em Março.

Entretanto, o presidente da Nestlé, Peter Brabeck, culpa os políticos italianos e a indústria de embalagens pela controvérsia. "Isto não é nada. Está-se a fazer uma tempestade num copo de água. Não há risco para a segurança", diz.

Fonte: Anilact

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