A presença de resíduos de pesticidas na fruta, vegetais e cereais lidera as preocupações dos portugueses quanto à alimentação, embora a maioria considere «pouco provável» que a comida prejudique a saúde, segundo um estudo europeu.
O Eurobarómetro sobre a «Percepção do risco e segurança dos alimentos», realizado pela Autoridade Europeia de Segurança dos Alimentos (EFSA, na sigla em inglês), revela que 76% dos portugueses têm como principal preocupação a presença daquelas substâncias nos alimentos, uma questão comum aos países do Mediterrâneo.
Em seguida, os cidadãos nacionais preocupam-se com o facto da comida não ser natural, mas sim industrial, e com a falta de qualidade da comida.
Apesar das preocupações, 52% dos portugueses acham «pouco provável» que a alimentação possa prejudicar a saúde, contra 43% com opinião positiva.
Os europeus em geral têm a mesma ordem de preocupações, a par das consequências dos organismos geneticamente modificados (OGM).
No capítulo da percepção da alimentação, para os portugueses, a comida está associada às necessidades e à falta de comida (fome), quando a maioria dos inquiridos da Europa aponta o gosto como a primeira associação feita à comida.
Quanto aos factores que influenciam a compra de comida, os cidadãos nacionais põem em primeiro lugar a qualidade (60%) e a seguir o preço (58%).
No que respeita às questões éticas, relativas ao bem-estar animal, 75% dos portugueses manifestam-se preocupados quanto às condições de vida dos animais, um nível superior à média europeia (60%).
O inquérito europeu revela ainda que 59% dos portugueses consideram que as autoridades públicas da União Europeia (UE) encaram «com seriedade» as preocupações dos cidadãos sobre os riscos de saúde e 44% pensa que são mais importantes do que os lucros dos produtores.
A maioria (63%) dos cidadãos nacionais acredita que há leis na UE para garantir a qualidade da alimentação, mas estas não são postas em prática (39%).
Os portugueses têm ainda confiança nos produtos produzidos na UE e 47% é da opinião que as acções comunitárias nesta área são apropriadas, apesar de 39% considerar que a qualidade da alimentação piorou nos últimos 10 anos.
Fonte: Diário Digital