Mais de 10 mil perus e frangos foram abatidos desde quarta-feira numa exploração avícola da Saxónia onde se confirmou o primeiro caso de uma ave doméstica contaminada na Alemanha com o vírus H5N1.
Os trabalhos de remoção e transporte das aves mortas para uma central de erradicação prolongar-se-ão pelo dia de hoje, e entretanto serão abatidos as restantes seis mil aves de capoeira - sobretudo gansos - da mesma exploração, disse um porta-voz das autoridades concelhias de Mutzschen.
Na quarta-feira, o Instituto de medicina veterinária de Riems, laboratório de referência alemão, confirmou que um peru da referida exploração, a maior da Saxónia, contraiu o vírus H5N1, a estirpe mais patogénica da gripe das aves.
Serão ainda necessários mais testes, no entanto, para verificar se se trata da variante asiática do mesmo vírus, que é particularmente perigosa também para seres humanos e já provocou a morte de várias pessoas, sobretudo na Ásia.
Em redor da empresa de Mutzschen, perto de Leipzig, foi montado um cordão sanitário de três quilómetros, onde está proibida a saída e entrada de aves domésticas ou produtos avícolas, e estão a ser tomadas medidas especiais de desinfecção para viaturas, por exemplo.
Além disso, foi também montado um perímetro de observação de 10 quilómetros em que as aves estão a ser alvo de vigilância especial, como prescrevem as regras da União Europeia contra a gripe das aves.
A chanceler Angela Merkel considerou, entretanto, que a situação "é muito séria", e apelou ao cumprimento rigoroso das disposições comunitárias, para evitar a propagação da epidemia animal.
Na Alemanha existem mais de 110 milhões de aves domésticas, mas até quarta-feira o H5N1 só tinha sido detectado em cerca de 200 aves selvagens, sobretudo na Ilha de Ruegen, no nordeste do país, desde 14 de Fevereiro.
O Ministério Federal da Agricultura não excluiu a hipótese de a União Europeia decretar um embargo às exportações avícolas alemãs, o que poderia causar prejuízos avultados à indústria do sector.
Fonte: Confagri