A Brigada Fiscal (BF) de Viana do Castelo desmantelou segunda-feira um negócio familiar de abate e comercialização ilegal de carne, com o encerramento de dois matadouros que funcionavam em "condições deploráveis".
Na operação foram apreendidos 722 quilogramas de carne que deveriam ser vendidos até ao domingo de Páscoa.
Os dois locais de abate ilegal, de ovinos e caprinos, localizavam-se nas freguesias de Carvoeiro e Portela Suzã, ambas em Viana do Castelo, tendo os elementos da BF detido, em cada um dos matadouros, um homem e uma mulher.
Ambos incorrem no crime de abate clandestino, à semelhança dos proprietários de dois talhos das freguesias de Carvoeiro e Subportela, propriedade da mesma família.
"Deveria tratar-se de um negócio familiar, em que os ovinos e caprinos eram abatidos nos matadouros ilegais e encaminhados para os dois talhos", explicou fonte ligada à operação, acrescentando que, com recurso a dois carimbos falsos, também apreendidos na operação, "legitimavam a carne do abate ilegal como sendo legal e analisada por veterinários".
"Através deste processo o consumidor era enganado", sublinhou.
Para além de 12 elementos da Brigada Fiscal, de vários destacamentos de Viana do Castelo, a operação, que se prolongou durante toda a noite, contou com a supervisão da Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE).
Nos terrenos próximos dos locais de abate, as autoridades encontraram vários restos de animais, como vísceras e carcaças, enterradas ou ainda por enterrar.
As investigações, garante a BF, "já duravam há várias semanas, com fortes suspeitas" de abate ilegal de animais.
"A este facto não é alheia a proximidade da Páscoa, já que a carne de ovino e caprino tem uma especial procura nesta altura", explicou a fonte.
Depois de uma "apertada vigilância" a operação culminou com a apreensão de 722 quilos de carne, em cerca de 100 carcaças, entretanto destruídas.
Segundo a directora-regional do Norte da ASAE, que também participou na operação, o abate era feito em condições "verdadeiramente deploráveis".
"Era perfeitamente possível identificar que a carne tinha carimbos falsos", garantiu Maria de Fátima Araújo.
Este tipo de abate clandestino "é prática vulgar por altura da Páscoa, sobretudo na região Norte".
Na operação foram ainda apreendidas duas armas em cada um dos matadouros, uma caçadeira e uma pistola de calibre 6,35milímetros e material relacionado com o abate de animais.
Fonte: Diário de Notícias