A EFSA publicou uma declaração científica sobre o papel das aves migratórias na propagação da gripe aviária entre populações avícolas na União Europeia.
O Painel Científico da Saúde e Bem Estar Animais (AHAW) da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) adoptou uma declaração científica sobre o papel das aves migratórias na propagação da gripe aviária provocada por H5N1 entre populações de aves domésticas e selvagens na União Europeia (UE).
A declaração científica confirma que algumas espécies de aves selvagens são transportadores da doença, regista essas aves como potenciais fontes de exposição das aves de criação domésticas ao H5N1 e identificam como de maior risco os bandos de aves de campo, as de aves caseiras e as aves criadas junto a zonas aquáticas.
Também faz um conjunto de recomendações sobre como reduzir a probabilidade de propagação de H5N1 a aves de criação domésticas.
A EFSA publicou uma avaliação científica no que respeita à necessidade urgente de disponibilizar conselhos científicos para a gestão dos riscos associados às aves migratórias.
Um parecer científico mais completo deverá ser adoptado pelo Painel AHAW a 26-27 de Abril.
Enquanto outras vias possíveis de introdução da gripe aviária também existirem (abordadas em detalhe no anterior Parecer do Painel AHAW sobre gripe aviária, a presente declaração científica concentra-se no papel das aves selvagens na propagação da doença na UE).
De acordo com o Painel AHAW, algumas espécies de aves selvagens (principalmente aquáticas, como os patos ou cisnes) são decisivamente portadoras de H5N1 e são consideradas responsáveis pela sua introdução na UE.
Existe uma evidência crescente de que o vírus H5N1 possa estar presente em diversas espécies de aves selvagens (ex: patos, pardais, cisnes) sem que exibam quaisquer sinais clínicos.
Existe, portanto, uma elevada probabilidade de que o vírus possa ser veiculado para longas distâncias através das aves selvagens (principalmente aves migratórias).
A avaliação dos riscos inclui uma lista de aves selvagens [1] que têm maior probabilidade de transmitir o H5N1 a outras espécies de aves na UE, na sequência do período de migração fora da União Europeia.
Também identifica as espécies de aves [2] que vivem na proximidade de aves de criação domésticas e que têm maior probabilidade de expor as aves de criação domésticas ao H5N1 através quer do contacto directo, quer da partilha de água e solos.
A declaração científica também avalia a probabilidade das aves selvagens infectarem as aves de criação domésticas com o H5N1 na UE.
O Painel considera a existência de um elevado risco para os bandos de aves de campo e caseiros ou outro qualquer sistema de produção em que não sejam tomadas medidas de segurança [3].
Enquanto que o risco é considerado muito baixo para a criação de aves em espaços fechados, aquelas situadas em terrenos húmidos devem ser consideradas de maior risco.
A avaliação dos riscos abrange recomendações que reduzem a probabilidade de transmissão do H5N1 das aves selvagens para as aves de criação na UE através do aumento da vigilância da população de aves selvagens e uma revisão das medidas de biossegurança para todos os tipos de exploração de aves de criação.
As medidas de biossegurança devem incluir:
- avaliar as medidas de higiene nas explorações de aves de criação;
- evitar o acesso de aves selvagens às explorações de aves de criação;
- garantir que as aves de criação não têm acesso a água ou alimentos para animais acessíveis às aves selvagens;
- evitar a localização de novas unidades de criação de aves junto de abrigos de aves aquáticas migratórias e reforçar as medidas de biossegurança para as já existentes nestas condições;
- manter as aves de criação recolhidas em áreas onde a infecção por H5N1 possa constituir uma ameaça;
- e, em áreas onde exista um surto, suspender a caça de aves aquáticas selvagens e encorajar o público a adoptar precauções de higiene básicas.
[1] Esta lista inclui diferentes espécies de cisnes, gansos, patos e gaivotas entre outras (ver Tabela 12.1 da declaração)
[2] Estas incluem certos tipos de gansos,patos, pombos, pardais, estorninhos e gaivotas (ver Tabela 9.1 da Declaração)
[3] As medidas de biossegurança incluem aquelas que têm por objectivo criar uma barreira física e biológica entre a exploração e o ambiente exterior, tais como: desinfectar todos os objectos que entrem na exploração; garantir a higiene das rações e da água; e evitar que as pessoas e os animais selvagens ou domésticos veiculem a doença.
Para consulta da declaração cintífica publicada pela EFSA clique aqui.
Fonte: Ao abrigo do Protocolo da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica e a Biostrument