Toneladas de sardinha nas malhas da lei.
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) lançou durante a madrugada de 6ª feira uma acção junto à lota de Matosinhos que resultou na apreensão e posterior destruição de quatro toneladas de peixe – sardinha e carapau – transportadas num camião espanhol.
Quando os inspectores da ASAE se aproximaram, dois homens abandonaram os camiões e fugiram.
Uma brigada da ASAE interceptou ainda um terceiro camionista, cujo veículo foi revistado.
Quatro toneladas de sardinha e carapau, no valor de 7500 euros, estavam ilegais e foram logo destruídos.
O camionista, que vinha da Galiza, foi instado a revelar a identificação, assim como a guia, mas os papéis não existiam.
A mercadoria não tinha marca de salubridade.
As caixas de madeira tinha sido reutilizadas, o que é contrário às regras de higiene e motivou as contra-ordenações.
Na sequência da intervenção da ASAE, uma comerciante, não calava a sua indignação, afirmando que o camionista estava a cumprir a legislação comunitária.
Os operacionais da ASAE não se deixaram convencer pela argumentação. Levantaram os autos e esclareceram que era precisamente a legislação comunitária que estava a ser desrespeitada.
Este peixe tem mais tempo de viagem e por isso pode não manter exactamente a qualidade original.
Resultados da operação
- 4000 quilos de sardinha e carapau foram o saldo da operação, realizada pelas três horas da manhã, nas imediações da lota de Matosinhos.
- 7500 euros é o valor da mercadoria apreendida num camião com matrícula espanhola, carregado com caixas de sardinha e carapau.
- A ASAE: As duas brigadas – constituídas por duas inspectoras e cinco inspectores - tinham o apoio de um veterinário, que fiscalizou o peixe.
- 201: Ao todo, a ASAE apreendeu 6ª feira, em Matosinhos, 161 caixas de sardinha e 40 de carapau, num total de 201 caixas de peixe.
- O camião espanhol estava parado nas imediações da lota. Na zona estavam mais dois camiões. Os condutores fugiram.
- Duas horas durou a operação da ASAE, na Rua Heróis de França, na cidade de Matosinhos. A lota abriu às seis horas da manhã.
O percurso do peixe
A maioria do peixe que se vende ilegalmente à porta da lota de Matosinhos vem da vizinha Galiza, embora a comunidade piscatória diga que parte vem de França.
O peixe chega em camiões e é procurado por comerciantes que não se preocupam com a qualidade do produto: o peixe é vendido sem condições.
Principais casos mais recentes
HOTÉIS E RESTAURANTES
Uma tonelada de alimentos foi apreendida, a 10 de Maio, em 388 hotéis e restaurantes, em Fátima. Dez restaurantes foram fechados.
PEIXE
Dez toneladas de peixe impróprio para consumo, vindas de Marrocos, foram apreendidas em Setúbal.
RULOTES
Em Abril, a ASAE fechou 21 rulotes de alimentos, por falta de higiene ou do livro de reclamações.
ORIENTE
A operação fiscalizou 130 restaurantes chineses em todo o País; 14 foram encerrados.
AZEITE
124 mil litros de azeite falsificado, para exportação, foram apreendidos em vários locais.
VINHO
Um armazém foi encerrado, em Gaia, por falta de higiene. Apreendidos milhares de litros.
MATADOURO
Falta de higiene e de asseio levaram à suspensão do único Matadouro do Algarve.
Fonte: Correio da Manhã