Uma substância presente no óleo extraído da castanha-de-caju poderá em breve ser inserida em protectores solares.
Um grupo de investigadores da Universidade de Brasília mostrou que um dos componentes do produto é eficaz no bloqueio de raios ultravioleta (UVA e UVB), que causam queimaduras e elevam o risco de cancro.
Os testes pré-clínicos (sem aplicação do composto em pessoas) são recentes.
Após a obtenção de patente internacional, novos testes serão feitos em laboratórios registados.
Se for aprovado, o produto poderá ser usado na indústria farmacêutica e de cosméticos.
O laboratório já investiga os componentes da castanha-de-caju há dez anos. O grupo procurava usar matérias-primas brasileiras abundantes "para fazer produtos de maior valor acrescentado".
Alguns dos principais ingredientes dos protectores solares hoje no mercado são derivados do petróleo,como o ácido paraminobenzóico (Paba), e podem causar alergias.
Os testes realizados em cobaias revelaram que, apesar do óleo de castanha-de-caju ser cáustico e poder até provocar queimaduras quando usado na forma bruta, algumas das novas substâncias sintetizadas pela equipa não apresentaram toxicidade na presença da luz e não causaram irritação cutânea e ocular.
Ao contrário dos derivados do petróleo, a nova substância viria de um factor abundante e renovável.
O Brasil exporta toneladas desse óleo sem processamento.
O interesse pelo fruto surgiu a partir de estudos publicados sobre o uso de componentes do óleo na indústria farmacêutica.
O óleo da castanha de caju já é usado em larga escala nas indústrias de tintas e na automóvel.
Fábricas na Índia, por exemplo, retiram do caju uma substância análoga do ácido acetilsalicílico, princípio activo da aspirina.
Fonte: Tecnocientista