A manter-se a situação dos anos anteriores na higiene dos lagares em Trás-os-Montes, mais de 50% poderão incorrer em coimas por incumprimento das normas.

A afirmação é de Manuel Batista, técnico da Associação de Olivicultores de Trás-os-Montes, organização que nos últimos dois dias realizou sessões de esclarecimento em vários locais, para apelar ao cumprimento de novas regras.

As penalizações são pesadas. Para lagares individuais a moldura tem um intervalo dos 500 aos cerca de três mil euros.

O regulamento foi publicado em Janeiro deste ano, e a um mês da entrada em laboração, a maioria dos proprietários dos 110 lagares da região desconhecem as novas regras.

Faltou divulgação, uma vez que as direcções regionais fizeram poucas sessões de esclarecimento.

"Agora vamos entrar no período de laboração e está toda a gente aflita", alertou Manuel Batista.

As novas regras de higiene referem que todas as empresas do ramo alimentar deverão criar e aplicar programas de segurança e processos baseados em normas europeias, com o objectivo de prevenir pontos críticos numa linha de laboração, desde a entrada da azeitona até à comercialização do azeite.

Um dos aspectos a corrigir é a armazenagem da azeitona, evitando que os agricultores entreguem a produção em sacos do adubo e usem vasilhas de produtos não alimentares.

As más utilizações são passíveis de penalização e o vasilhame deve ostentar os logótipos de produtos alimentares.

Há aspectos simples que é urgente a corrigir, como o uso de massa consistente e óleos de lubrificação de máquinas de origem alimentar.

O problema é que não é fácil adquirir este produto no Nordeste Transmontano. "Sofremos da interioridade. A actividade é sazonal, as empresas que vendem não fazem stock e é preciso deslocarmo-nos à origem das marcas dos lagares ou fazer encomendas de uns anos para outros" afirmou o técnico.

Fonte: Jornal de Notícias

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