As empresas alimentares modificam o peso e a composição de comida rápida de país para país, incluindo Portugal, chegando a "triplicar o conteúdo de gordura ou variar até 35 por centro a composição calórica", refere um estudo.
O trabalho, divulgado pela espanhola Organização de Consumidores e Utilizadores (OCU) foi realizado em Portugal, Espanha, Itália e Bélgica com o apoio de organizações de consumidores destes países, que analisaram o tamanho e a composição de alimentos rápidos idênticos.
Foram comparados 23 produtos, entre os quais produtos de restaurantes de comida rápida, pratos pré-preparados, aperitivos salgados, bolos gelados e cereais de pequeno-almoço.
O estudo nota variações no peso, na dimensão, na quantidade de gorduras e nas calorias de alimentos idênticos vendidos nos quatro países, concluindo que as empresas "nem sempre oferecem o melhor produto, do ponto de vista nutricional".
Como exemplos, a Associação de Defesa do Consumidor portuguesa aponta na edição de Dezembro da revista "Teste Saúde" os gelados, cereais e chocolates portugueses, onde foi detectado mais 15 por cento de sal do que em alimentos idênticos nos restantes países.
Um chocolate espanhol tem menos 60 por cento de açúcar do que o mesmo chocolate vendido em Portugal, os cereais em Portugal têm 70 por cento mais de sal e 30 por cento mais de gordura do que as versões espanhola e belga, os hambúrgueres são servidos com mais 20 a 30 por cento de gordura e mais 30 por cento de sal aos portugueses, exemplifica a DECO.
A associação aponta ainda o tamanho "cada vez maior" dos produtos, dando como exemplo um iogurte que já só existe em garrafas de 600 mililitros em Itália e na Bélgica e que em Portugal continua a ser vendido apenas em forma to pequeno (180 ml).
Outros exemplos são alguns chocolates que apenas se encontram em tamanho "king size" em países como a Bélgica e o caso dos hambúrgueres, que já são disponibilizados em tamanhos "extra" nalguns dos países analisados, à excepção de Portugal.
O estudo foi divulgado numa altura em que permanece em Espanha o debate sobre o tamanho dos hambúrgueres XXL vendidos, que foram já criticados pelo Ministério da Saúde mas que mantém os produtos à venda.
A espanhola OCU defende que entre as alternativas deveria procurar-se sempre a versão mais equilibrada do ponto de vista nutricional, explicando que a publicidade "gera maior confusão ao consumidor", por acrescentar termos como "light" ou "combate ao colesterol".
Já a portuguesa DECO aconselha os consumidores a evitar comer fast-food mais do que uma ou duas vezes por mês, a abusar dos legumes, comendo sopa e salada e todas as refeições, a reservar algum tempo para as refeições, a preferir cozinhar em casa sempre que possível e adaptar as porções a cada elemento da família.
Fonte: AgroNotícias