"Refeições escolares mal confeccionadas, aquecidas e transportadas em pequenos contentores sem condições de higiene e saúde alimentar".
O cenário é traçado pelos pais e encarregados de educação das crianças da Escola EB 1 de Mosteiro, Vieira do Minho, voltaram a sentir, pela quarta vez, num espaço de 15 dias, sintomas de intoxicação alimentar.
Vómitos e dores de barriga foram novamente sentidas por sete crianças da escola, por sinal, as mesmas que três dias antes tinham sido assistidas no Centro de Saúde de Vieira do Minho.
Por questão de precaução e aconselhamento médico, sete crianças foram enviadas para o Hospital de S. Marcos, Braga, para exames e análises.
Um dos médicos referiu que a situação está controlada, pois as crianças "não inspiram cuidados especiais. Torna-se necessários fazer exames suplementares, por se tratar de casos repetitivos".
Encerramento temporário
O quarto caso de indícios de intoxicação alimentar ocorre 15 dias depois do primeiro, registado a 19 de Novembro, o que originou um protesto dos encarregados de educação e, consequentemente, o encerramento temporário da escola de Mosteiro.
Guilherme Vieira, avô de três crianças afectadas, manifesta o seu vivo repúdio pela qualidade das refeições da escola.
E acusa a autarquia e a delegação de saúde locais de "irresponsabilidade" pelo bem-estar dos alunos da escola do Mosteiro. "Estão a matar as crianças", apontou.
As análises realizadas pela Delegação de Saúde de Vieira do Minho deram "resultados negativos", confirmação feita por Albino Carneiro, presidente da autarquia local, que, apesar disso, solicitou, para hoje, novas análises a um laboratório médico de Braga.
"Começamos a ficar bastante apreensivos com esta situação, pelo que já tomei a decisão da realização de novas análises, desta vez ao ar (meio ambiente) e à água dos garrafões", disse.
Os pais manifestam o seu desagrado quanto à qualidade das refeições alimentares, o que levou já a apresentarem uma exposição/queixa na Inspecção de Saúde Alimentar do Porto.
Contudo, as análises feitas pela Delegação de Saúde de Vieira do Minho colocam de lado a falta de qualidade das refeições, as quais, servidas por uma empresa do Porto, são confeccionadas no ISAVE, na Póvoa de Lanhoso.
"Estranha-se, na verdade, que o problema só aconteça na escola do Mosteiro e sempre com as mesmas crianças, quando se sabe que a empresa em causa também serve outros estabelecimentos escolares do concelho, onde, até ao momento, não se verificou qualquer anomalia", observou Albino Carneiro.
O último caso de má disposição das crianças tinha acontecido precisamente na quinta-feira, levando sete crianças a serem socorridas no centro de saúde local.
Fonte: Jornal de Notícias