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Consumidores desconfiam da qualidade do que comem
2006-12-26

Os portugueses são dos europeus que menos confiam na qualidade dos produtos que comem, segundo o estudo Trustin Food (Confiança nos alimentos).

Financiado pela União Europeia, Pedro Graça, professor da faculdade de Ciências da Nutrição no Porto e coordenador português do projecto que incidiu em seis países europeus (Itália, Reino Unido, Noruega, Dinamarca e Alemanha), justifica os resultados de 2004 mas ainda aplicáveis, com a "pouca confiança depositada nas autoridades competentes".

E sublinha "Apenas seis por cento dos inquiridos acreditam que as instituições governamentais dizem toda a verdade".

Carlos Agrela Pinheiro, director-geral de Veterinária admite "a inexistência de um órgão que transmita informação esclarecedora aos meios de comunicação social, para que as populações sejam devidamente informadas, de modo a evitar este tipo de alarmismos", mesmo no próprio organismo que dirige.

Pedro Graça concorda e acrescenta que "depois do aparecimento destas doenças, a indústria alimentar passou a ser vista como pouco credível".

A piorar a situação está a enorme distância existente entre os produtores de gado e os consumidores, devido à nossa sociedade estar cada vez mais urbana.

Pedro Brito, especialista em Psicologia do Consumidor e docente da Faculdade de economia do Porto aponta esta ligação mais distante com a produção como uma das causas das "crianças não saberem como surgem os ovos", por exemplo.

O facto de os produtos se apresentarem cada vez mais embalados e transformados também contribui para este distanciamento, aliado à impessoalidade das grandes superfícies comerciais, a contrastar com as pequenas mercearias onde o relacionamento é mais próximo entre comprador e vendedor.

E, por isso, este estudo sobre a confiança alimentar europeia concluiu que os portugueses confiam menos nos organismos públicos do que nas redes de relações pessoais.

Nos anos 90, quando surgiu a doença das vacas loucas, a BSE, os meios de comunicação social deram conta de muitos casos de humanos contaminados no Reino Unido, e de imediato os portugueses evitaram certo tipo de consumo como comprova o decréscimo de 10 mil toneladas de carne bovina entre 1995 e 2005.

O mesmo sucedeu recentemente, quando surgiu a pandemia da gripe das aves.

Especialistas atribuem alguma culpa neste processo aos meios de comunicação social e à "especulação que por vezes se gera de forma exagerada.

Devia haver mais informação, precisa e compreensível para todos", como sustenta João Reis, veterinário da Acriga (Associação de Criadores de Gado e Agricultores).

Brucelose

Doença crónica provocada pelo consumo de leite não pasteurizado ou de produtos lácteos como a manteiga e o queijo fresco que estejam contaminadas com a bactéria da Brucella.

A transmissão entre humanos é considerada rara.

Doença das vacas loucas

Doença neuro-degenerativa provocada pelas partículas dos priões, que provoca a perda de controlo dos movimentos nos animais bovinos.

Os humanos devem evitar o consumo de carne com osso, vísceras, tutano, cerebro e outros restos de bovinos.

Gripe das aves

Doença provocada pelo vírus H5N1, que é transmitido essencialmente por aves migratórias.

O risco de contágio humano é baixo, não se verificando com o consumo de carne de aves e ovos, mas apenas pelo contacto humano directo com aves infectadas.



Fonte: Jornal de Notícias

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