A ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável alerta que a aposta em novas linhas de incineração de resíduos urbanos, prevista no Plano TERRA, publicado pelo Governo no mês de março com base nas propostas do grupo de trabalho para o Plano de Emergência de Aterros, representa um erro grave de planeamento e um desvio dos objetivos centrais da política de resíduos e da economia circular em Portugal.
O Plano prevê um investimento de cerca de 1,5 mil milhões de euros em unidades de incineração, para resolver o problema, mas essa solução é demorada, não resolvendo o problema da urgência da deposição de resíduos em aterro, sendo igualmente desnecessária, cara e poluente.
O Plano TERRA coloca uma ênfase desproporcionada na meta de deposição em aterro (máximo de 10% em 2035), ignorando que essa meta seria automaticamente cumprida se Portugal alcançasse as metas de Preparação para Reutilização e Reciclagem (PRR) de 55% em 2025, 60% em 2030 e 65% em 2035.
Com base nos dados oficiais, se Portugal alcançar 65% de PRR em 2035, somando 20% de incineração existente, 10% de aterro permitido e 4% de Combustível Derivado de Resíduos (CDR), já se assegura o destino de 99% dos resíduos urbanos — sem necessidade de novas infraestruturas de incineração.
A aposta no Tratamento Mecânico e Biológico (TMB) já oferece soluções eficazes: unidades de última geração, como a da Resialentejo, apresentam taxas de desvio de aterro na ordem dos 70%, evidenciando que reforçar o número e a eficiência destas unidades é fundamental para reduzir a pressão sobre os aterros.
Assim, não há justificação técnica, ambiental ou económica para investir em novas linhas de incineração.
Leia o artigo completo aqui.
Fonte: ZERO