A possibilidade da gripe das aves se propagar através dos gatos levou esta quinta-feira as Nações Unidas a recomendar «vigilância», apesar de reconhecer que não existem provas de que a doença se transmita dos felinos aos humanos.
A organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) salientou, em comunicado, que «os gatos podem infectar-se com o vírus altamente patogénico da gripe das aves H5N1», mas até agora «não existe prova científica que indique que tenha ocorrido a transmissão sustentada entre gatos e dos felinos para os humanos».
Como medida de precaução, recomenda a agência da ONU sedeada em Roma, os gatos devem manter-se afastados dos galinheiros ou de aves selvagens «nas zonas onde foi detectado o vírus H5N1».
A FAO salvaguarda, contudo, ser «contrária ao sacrifício dos gatos como forma de lutar contra o vírus» e que a sua eliminação massiva «pode levar ao aumento dos roedores, entre eles os ratos, que são uma praga para a agricultura e transmitem doenças aos humanos».
A organização recorda casos de contágio do vírus H5N1 entre gatos na Indonésia e relatos de situações que teriam ocorrido na União Europeia, Rússia, Tailândia, Iraque e Turquia.
O sub-director-geral da FAO, Alexander Muller, salientou que «a situação é preocupante, não só porque os gatos podem actuar como intermediários na propagação do vírus entre espécies, mas também porque ao desenvolver-se nos gatos o vírus H5N1 poderia transformar-se com mais facilidade numa estirpe mais contagiosa que poderia originar uma pandemia».
Por outro lado, Peter Roeder, especialista em Saúde Animal da FAO, precisou que os últimos exames «dão impressão que os gatos são mais portadores finais do vírus».
Roeder anunciou que a FAO iniciará estudos em Java (Indonésia), onde o vírus persiste e onde morreram gatos, com o objectivo de investigar o papel dos felinos da transmissão da doença.
Fonte: Jornal Digital