O presidente da Junta de Freguesia de Requeixo, Sesnando Alves dos Reis, confirmou, ontem, o encerramento, por parte da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), de um lagar de azeite que detém, no lugar da Taipas, por falta de licenciamento e de condições higieno-sanitárias.
O autarca, eleito em Outubro de 2005, pela Coligação PSD/CDS-PP, não contesta a intervenção da autoridade alimentar, em meados de Janeiro, adiantando que está a tratar da legalização do pequeno lagar artesanal, que tem instalado, já há uns anos, no rés-do-chão de casa, no lugar da Taipa ("limitaram-se a fazer o dever deles", reconhece), mas diz estar a ser vítima de uma manobra de baixa política.
"São vinganças políticas que ainda têm a ver com as últimas eleições autárquicas", afiança Sesnando Alves dos Reis, que diz estar seguro de que a fiscalização da ASAE foi desencadeada "por denúncias que foram feitas por certas pessoas utilizando a assinatura falsificada do maior amigo que eu tenho".
Sesnando Alves dos Reis escusa-se, no entanto, a apontar nomes. "Não sou pessoa para fazer mal a ninguém !", alega o autarca, que faz questão de não fugir às responsabilidades. "Vou pagar as multas e já estou a tratar da legalização", assume.
O presidente da Junta de Requeixo tende, no entanto, a relativizar a gravidade das infracções."Trata-se de um pequeno lagar artesanal, que já não trabalhava há anos e que mantenho apenas por tradição, porque é o único que existe no concelho de Aveiro", diz o autarca.
"Depois, nem sequer é uma actividade económica que dê lucro. Bem pelo contrário. Feitas bem as contas, ainda tenho prejuízo!", sublinha, para acrescentar que o lagar trabalhou algumas horas, este ano, porque "depois de vários anos, este ano voltou a haver alguma azeitona na freguesia e as pessoas não tinham onde fazer o azeite".
De resto, Sesnando Alves dos Reis diz que o lagar trabalhou "às claras e à vista de toda a gente".
"Até cá estiveram as crianças de várias escolas, a ver como é que se extrai o azeite da azeitona", refere o autarca, acrescentando que a questão da alegada falta de condições higieno-sanitárias só terá sido colocada "porque não houve tempo para pôr os mosaicos".
Fonte: Jornal de Notícias