Eleva-se para sete o número de mortes registadas na Indonésia.
Mais uma pessoa morreu na semana passada na Indonésia devido à gripe das aves, o que eleva para sete o número de humanos mortos no país devido àquela doença, anunciou ontem um responsável sanitário.
A vítima é um homem de 23 anos, falecido num hospital da capital indonésia.
"Morreu quinta-feira, um dia após ter sido admitido aqui", declarou Ilham Patu, um médico do hospital Sulianti Saroso especializado em doenças infecciosas.
A gripe das aves já matou um total de 66 pessoas desde 2003 na Ásia do Sudeste.
O doente que agora morreu, Slamet Wibowo, criava aves de capoeira, assim como os seus vizinhos, e tinha por isso contactos directos com galináceos que podiam estar infectados, referiu o médico.
Testes clínicos e análises sanguíneas confirmaram a sua contaminação pelo vírus da gripe das aves.
Amostras dos tecidos da vítima foram enviadas para Hong Kong, para uma confirmação suplementar por um laboratório da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Mais de seis dezenas de casos de contaminação humana, presumíveis ou confirmados, foram registados desde o início do ano no arquipélago indonésio, onde o sistema de saúde e as normas fitossanitárias são notoriamente deficientes.
O vírus H5N1 da gripe das aves, encontrado em pássaros migratórios ou aves de capoeira e transmissível ao homem, é mortal mas não é até agora contagioso entre humanos.
A agência da ONU para a alimentação e a agricultura (FAO) exprimiu recentemente a sua apreensão face à progressão da gripe das aves na Indonésia e pediu a Jacarta para alterar a sua estratégia de luta contra a epidemia.
Continua a ser impossível saber se o vírus da gripe das aves será um dia transmissível entre humanos, mas tal não deve impedir que o mundo esteja preparado para uma pandemia, sublinharam esta semana dois peritos durante o sétimo congresso mundial sobre as vacinas, em Lyon (França).
Gripe de 1918 teve origem aviária, o vírus que provocou milhões de mortes foi reconstruído em laboratório
O vírus da gripe espanhola, que matou em 1918 dezenas de milhões de pessoas, foi recriado em laboratório para os cientistas perceberem melhor os segredos e os mecanismos da sua virulência e, dessa forma, contribuirem para o combate a uma potencial pandemia de gripe de origem aviária.
Os estudos, desenvolvidos num laboratório de alta segurança nos Estados Unidos e publicados nas revistas científicas Science e Nature, permitiram recolher dados importantes para o desenvolvimento da vacina e dos medicamentos antiretrovirais.
Para reanimar o vírus, os investigadores americanos deslocaram-se ao Alaska e exumaram os tecidos congelados de uma mulher enterrada em Novembro de 1918.
Os tecidos pulmonares, conservados em formol e provenientes de outras vítimas da gripe espanhola, contribuíram também para reconstruir o código genético do vírus.
A sua análise sugere que vírus de 1918 (H1N1) - responsável por 20 a 50 milhões de mortes, a maioria de jovens adultos de boa saúde - era de origem aviária antes de se adaptar à espécie humana.
"Recriámos este vírus e realizámos estas experiências para compreender as propriedades biológicas que fizeram do vírus de 1918 uma estirpe excepcionalmente mortal", explicou Terrence Tumpey, co-autor do artigo da Science.
Fonte: Agroportal e JN