Testes confirmam presença de Gripe das Aves na Roménia
Testes realizados na Roménia confirmaram a presença de um vírus da gripe das aves, indicou hoje a comissão europeia, que vai proibir as importações de pássaros vivos e de todos os produtos avícolas provenientes deste país.
"Os três peritos do laboratório europeu enviados à Roménia confirmaram que o vírus H5 da gripe das aves foi detectado em duas amostras retiradas de um frango e de um pato, provenientes de uma quinta suspeita do delta do Danúbio", indicou a comissão europeia.
Num comunicado enviado hoje, a comissão europeia não especifica se o vírus encontrado pelos peritos é o H5N1, que levou à morte de milhões de aves na Ásia, provocando ainda 60 mortos entre humanos desde o fim de 2003.
No entanto, a Comissão Europeia indicou que são necessários testes suplementares para determinar se o vírus é o H5N1 e que ainda hoje deverão ser conhecidos os novos resultados.
"A comissão vai agora adoptar as mesmas medidas tomadas segunda- feira contra a Turquia, nomeadamente a proibição de importação de pássaros vivos, da carne de ave e de outros produtos avícolas", acrescentou o documento.
Segunda-feira, Bruxelas proibiu as importações de pássaros vivos e de penas da Turquia, devido à contaminação de animais por um vírus da gripe das aves, de momento ainda não identificado.
Quarta-feira, a Comissão Europeia anunciou que os testes realizados na Roménia não revelavam a presença da gripe das aves.
"A cada dia que passa a nossa confiança fica reforçada quanto ao facto de não existir gripe das aves na Roménia", indicou Philip Tod, porta-voz do comissário europeu para a saúde e protecção dos consumidores, Markos Kyprianu.
Uma reunião de urgência do comité de peritos da UE encarregue da segurança alimentar terá lugar hoje para analisar a situação.
Bruxelas adverte que Estados-Membros têm de estar preparados
O comissário europeu para a Saúde afirmou hoje que a Europa tem de estar preparada para a eventualidade de uma pandemia, ligada à gripe das aves ou outro vírus, e instou os Estados-membros a tornarem esta questão prioritária.
Markos Kyprianou falava em Bruxelas numa conferência de imprensa realizada cerca de uma hora depois de a Comissão Europeia (CE) ter recebido a confirmação que o vírus da gripe das aves detectado na Turquia é o da estirpe mais perigosa, o H5N1, e poucas horas depois de a Roménia também ter confirmado um vírus da gripe das aves no país, igualmente "às portas" da União Europeia.
O comissário sublinhou por diversas vezes que, para já, esta é uma doença de animais - os casos verificados em humanos deveram-se a um contacto directo com aves -, mas reconheceu a "grande preocupação" de Bruxelas relativamente à hipótese de uma pandemia de gripe, ligada a este vírus ou a outro.
Kyprianou sublinhou que a ameaça reside na possibilidade de um vírus de gripe sofrer uma mutação e tornar-se transmissível de humanos para humanos, e indicou que essa ameaça paira sobre a gripe das aves ou outra doença, embora tenha admitido que, "para já, a gripe das aves é a principal `suspeita" de criar uma eventual pandemia.
O responsável recordou que muitos cientistas sublinham os riscos a nível mundial de uma pandemia de gripe, sendo que "uns a apontam como uma hipótese e outros como uma certeza", embora "ninguém saiba quando é que acontecerá".
"Pode ser daqui a muito tempo, pode ser amanhã. Por isso temos de estar permanentemente preparados", advertiu, acrescentando que, por essa razão, é fundamental que esta questão "se torne uma prioridade para todos os Estados-membros", e que estes façam "os investimentos adequados" a nível de prevenção.
Quanto à CE, indicou, "há muito que tem vindo a preparar-se" para o pior cenário, e manifestou-se convicto que têm sido dados "os passos correctos", nomeadamente a nível de prevenção e vigilância.
O comissário cipriota voltou a insistir na necessidade de os Estados-membros irem tomando medidas - nomeadamente através de acordos com laboratórios - no sentido de um aumento da capacidade e rapidez de fabrico de vacinas para o caso de surgir uma pandemia, assim como um reforço do stock de anti-virais.
Para já, indicou, devem ser seguidas as recomendações da Organização Mundial de Saúde, e administradas as vacinas da gripe "normal" aos grupos de risco, já que "não existe uma vacina humana para o vírus da gripe das aves", o que só acontecerá na eventualidade de uma pandemia, quando for "conhecido" o vírus.
O comissário europeu indicou que no Conselho Informal de Ministros da Saúde dos 25 que se realiza na próxima semana (20 e 21 de Outubro) em Leeds, Inglaterra, vai ser feito o ponto da situação sobre a evolução dos planos nacionais de prevenção que os Estados- membros foram aconselhados a levar a cabo.
Fonte: Confagri