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Gripe das aves às portas da Europa
2005-10-14

A Comissão Europeia confirmou ontem a presença "às portas da Europa" do temível vírus H5N1 da gripe das aves que, desde 2003, causou 60 mortos na Ásia.

"Recebemos agora a confirmação de que o vírus encontrado na Turquia é o vírus da gripe das aves H5N1, altamente patogénico", anunciou o comissário europeu para a Saúde e Protecção dos Consumidores, Markos Kyprianu.

Nem todos os vírus da família "H5" da gripe das aves são fortemente patogénicos, mas o H5N1 é considerado o "melhor candidato" para provocar uma eventual pandemia de gripe caso ela se humanize, sublinham, por seu turno, os virólogos.

Sem esperar os resultados definitivos das análises, obtidos ontem de manhã, a Comissão Europeia decidiu desde segunda-feira um embargo sobre a importação de aves vivas e de penas provenientes da Turquia - produtos que tinham já sido interditos devido a outros problemas veterinários.

Ontem, Bruxelas tomou uma decisão idêntica para a Roménia: está proibida qualquer importação de aves vivas ou de qualquer produto à base de aves de capoeira provenientes destes países.

Em 2004, a Roménia exportou oito toneladas de galinhas vivas ou de carcaças, e perto de 6.500 toneladas de preparações à base de galinha, segundo os números fornecidos pela Comissão.

À semelhança da Comissão Europeia, também a Rússia proibiu a importação de aves da Roménia, onde foi constatada a existência do vírus, anunciou fonte do ministério da Agricultura, salientando que se trata de uma "medida preventiva".

O comissário europeu recomendou igualmente uma vacinação das populações em risco, em particular os criadores de galinhas, com a vacina da gripe clássica.

"Aconselhamos os Estados-membros a armazenar antivirais, é a primeira linha de defesa", considerou.

Para o vírus isolado na Roménia, a totalidade dos resultados das análises é ainda desconhecida, mas sabe-se que se trata de um primo (H5) do H5N1, também fortemente nocivo.

Na Turquia, os habitantes começaram a tomar precauções antes da confirmação de Bruxelas: em poucos dias, esgotaram 28.000 doses de Tamiflu, o único antiviral considerado eficaz para lutar contra a gripe das aves, que deve ser tomado apenas a título curativo.

Na Roménia, na ausência de Tamiflu, os habitantes recorreram à vacina da gripe normal.

Mas esta "corrida" está a um passo de se estender à Europa: compras frenéticas de Tamiflu foram já registadas na Bélgica, na Alemanha e em França, onde algumas farmácias estão em ruptura de stocks.

Entre os avicultores, os únicos que mantêm a serenidade são os suíços: o aparecimento do vírus da gripe das aves não preocupa "por ora" os criadores de galinhas na Suiça.

No entanto, sublinhou, se o vírus aparecer nos países limítrofes da Suiça, os produtores seguirão o plano de acção criado pelas autoridades em Berna, que prevê a anulação temporária da criação ao ar livre.

Em Bruxelas, Markos Kyprianu estabeleceu uma "ligação directa" entre o "vírus turco" e os encontrados na Rússia, na Mongólia e na China, dando claramente a entender que o vector da doença "poderá ser transmitido pelas aves migratórias".

Neste sentido, a UE está a estudar novas medidas preventivas para limitar os contactos entre as aves selvagens e as de capoeira que poderão, em certas zonas de risco, ser fechadas para evitar a propagação da gripe.

Já Portugal está em "alerta pandémico" face ao risco da gripe das aves, apesar de não ter sido detectado nenhum caso desta doença no país, garante fonte da Direcção-Geral de Saúde (DGS).

Fonte do Ministério da Agricultura fez saber hoje que o sistema de vigilância da gripe das aves realizou, desde o início do ano, 1.800 análises em explorações avícolas portuguesas, mas não foi encontrado qualquer resultado positivo.

Além destes exames, está também prevista a realização de cerca de 500 análises à presença do vírus em aves migratórias.

Gripe das Aves: Washington acredita nas suas medidas de protecção

As restrições, muito apertadas, às importações garantem uma boa protecção das aves nos Estados Unidos, assegurou quinta-feira o departamento norte-americano de Agricultura, após a confirmação de uma infecção com o vírus H5N1 na Turquia.

"Nos últimos anos colocámos em prática um grande numero de medidas para evitar qualquer risco de epidemia da gripe das aves no nosso país com um patogénico muito virulento", afirmou uma porta-voz dos serviços veterinários do departamento norte-americano de Agricultura (USDA), Madelaine Fletcher.

No âmbito das restrições e sanções comerciais draconianas, a Turquia não exportou qualquer frango vivo ou carne de frango nos últimos dois anos para os Estados Unidos, tal como para os nossos dois países vizinhos, o México e o Canadá, sublinhou Fletcher.

"A nossa melhor estratégia é impedir que as aves ou a carne de frango infectadas entrem no nosso território", acrescentou a porta-voz da USDA.

"Temos restrições às importações de aves para quase todos os países do planeta, exceptuando uma quinzena de nações, das quais são exemplo a França, a Austrália, a Suécia, a Espanha ou a Nova Zelândia", acrescentou.

Segundo a mesma fonte, estes países são declarados isentos do teste aviário para detectar a "Exotic Newcastle Disease", que é extremamente contagiosa e fatal.

Ainda assim, sublinhou Fletcher, qualquer ave viva proveniente desses 15 países, declarados isentos da doença infecciosa, é submetida a uma quarenta.

"Trabalhamos também com o serviço de alfândegas e de controlo de fronteiras para impedir a entrada de frangos em contrabando", explicou Madelaine Fletcher.

"Fazemos campanhas de informação junto dos criadores para os familiarizar com as praticas de biosegurança" como para saberem reconhecer os sinais de gripe nos frangos e terem o bom senso de informar imediatamente as autoridades sanitárias, acrescentou.

"A vigilância começa nos criadores", assegurou Fletcher.



Fonte: Confagri

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