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Gripe das Aves
2005-10-17

Portugal monitoriza aves migratórias, caça continua permitida 

Portugal tem em curso um programa de monitorização das aves migratórias devido à gripe das aves, mas vai continuar a permitir a caça, disse ontem o secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas.

"Estamos a conduzir um programa de monitorização das espécies cinegéticas para ver como está a situação e para o qual contamos com a colaboração dos caçadores", afirmou Rui Nobre Gonçalves.

O secretário de Estado, que falava durante uma visitou à zona de caça associativa do Ciborro, em Montemor-o-Novo, uma das mais antigas do país, adiantou que Portugal não está incluído nas principais rotas migratórias das aves da Roménia e da Turquia, países onde foi detectado o perigoso vírus H5N1, pelo que, para já, nada impede a caça.

O Governo conta também com a colaboração do Instituto de Conservação da Natureza para a recolha e análise de amostras de várias espécies, sobretudo patos, mas também pombos e tordos.

"Estamos a recolher e a analisar amostras. Só em função dessas informações poderá ser tomada uma decisão mais drástica, mas nada indica que estas espécies possam ser afectadas", sublinhou o governante.

Rui Nobre Gonçalves salientou que a situação vai continuar a ser avaliada, "por uma questão de segurança", lembrando que a gripe das aves começou com as aves de capoeira e começa agora a espalhar-se através das aves migratórias.

A Turquia, a Roménia e a Bulgária proibiram a caça e as autoridades bósnias estão também a estudar esta medida.

Os restantes países europeus reforçaram a vigilância das aves selvagens.

Caçadores regime livre querem participar de abate

O secretário-geral da Federação Nacional de Caçadores e Proprietários defendeu hoje que um eventual abate de espécies migratórias susceptíveis de estarem contaminadas pelo vírus da gripe das aves não deve ser apenas para as coutadas do regime especial.

"Se houver espécies para abater, não pode ser apenas para as coutadas", defendeu Eduardo Biscaia, que falava a cerca de três centenas de caçadores, durante uma concentração, convocada pela Associação de Caçadores de Terreno Livre do Distrito de Setúbal e pela Federação Nacional de caçadores e Proprietários, no cruzamento de Pegões.

"Quando é detectada uma ave contaminada com o vírus da gripe num aviário, também se procede ao abate de milhares de aves", justificou o secretário-geral da Federação Nacional de Caçadores e Proprietários, admitindo que o abate de algumas espécies possa ser uma das formas de evitar uma pandemia.

O secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas afirmou hoje que Portugal tem em curso um programa de monitorização das aves migratórias devido à gripe das aves, mas vai continuar a permitir a caça.

A Roménia e a Turquia decretaram a proibição da caça.

Eduardo Biscaia não abordou as questões de saúde pública decorrentes do eventual contacto com aves contaminadas, mas um dos participantes no encontro reclamou, insistentemente, "vacinas (contra o vírus da gripe) para os caçadores".

Portugal fora das rotas migratórias da gripe das aves

Portugal está fora das rotas migratórias das aves onde foi detectada a estirpe mais perigosa da gripe das aves, afirmou ontem o director da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA).

Luís Costa salientou que existem três factores que dificultam a chegada do vírus a Portugal através de aves migratórias: "Primeiro, porque na nossa rota migratória não foi detectado o vírus. Segundo, porque o número de aves aquáticas que temos é reduzido comparativamente a outros países. E, terceiro, porque estamos no final dessa rota, por isso as aves podem nem chegar cá".

Existem três corredores principais para as aves migratórias da Europa. Um, que atravessa a região do Bósforo e países da Europa Oriental, como a Turquia e a Roménia, onde foi identificado o vírus H5N1 (o mais perigoso) em aves migratórias. Outro, que cruza e a Europa central e desce para Itália. E uma terceira rota migratória que chega a Portugal através da costa Norte da Europa.

O especialista sublinhou, no entanto, que os movimentos migratórios podem ser influenciados em função de factores climatéricos como uma vaga de frio ou ventos fortes.

Além disso, as aves podem ter até as mesmas áreas de reprodução, por exemplo, na Sibéria.

"Mas isto está muito pouco estudado, até porque abrange um território muito vasto", considerou o responsável da SPEA.

Por isso, "nada garante que o vírus não possa aparecer". "É uma questão difícil de avaliar", frisou Luís Costa.

Portugal tem em curso um programa de monitorização das aves migratórias devido à gripe das aves, mas vai continuar a permitir a caça.

O director da SPEA concorda que a caça não é uma questão preocupante para já, mas alerta para o facto dos caçadores poderem ser "um grupo de risco".

Se for detectada uma ave migratória em agonia ou morta não deve ser tocada, devendo ser avisadas de imediato as autoridades competentes, alertou Luís Costa.

As aves mais portadoras deste vírus são espécies aquáticas como os gansos e os patos.

A Turquia, a Roménia e a Bulgária decretaram a proibição da caça, enquanto os restantes países europeus reforçaram a vigilância das aves selvagens.

Governo cria comissão de acompanhamento da gripe das aves

O Governo criou uma comissão de acompanhamento da gripe das aves que passará a reunir semanalmente para avaliar a situação da doença, anunciou sexta-feira o Ministério da Agricultura.

"Tendo em conta a evolução [da doença], com recente identificação do respectivo vírus em países europeus, designadamente Roménia e Turquia, entendeu o ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, Jaime Silva, ser aconselhável em Portugal que se crie uma comissão de acompanhamento", refere o comunicado.

A comissão é criada para que "se proceda à análise e divulgação da informação adequada às situações que a curto ou médio prazo possam vir a registar-se".

A Comissão de Acompanhamento da Gripe Aviaria, que funcionará na Direcção-Geral de Veterinária, é constituída pelo director-geral de Veterinária, Agrela Pinheiro, pela directora do Laboratório Nacional de Investigação Veterinária, Inácia Aleixo Corrêa de Sá, e por uma responsável da Direcção-Geral da Saúde (Maria da Graça Freitas).

Um despacho conjunto assinado sexta-feira pelos ministros da Agricultura e da Saúde determina que a comissão de acompanhamento deve reunir semanalmente, salvo se se justificar a convocação de reuniões extraordinárias.

A comissão passa a ser a entidade autorizada a prestar informações sobre a evolução da doença, refere a nota do Ministério da Agricultura.

A Comissão Europeia confirmou na quinta-feira a presença às portas da Europa do vírus H5N1 da gripe das aves, que foi detectado em 2003 na Ásia, onde já matou mais de 60 de pessoas.

Fontes diplomáticas anunciaram hoje que os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia vão reunir-se de emergência na terça-feira para discutir a crise da gripe das aves e questões do âmbito do comércio mundial.

Entretanto, uma equipa de investigadores identificou uma estirpe de vírus H5N1 da gripe das aves resistente ao "Oseltamivir", medicamento anti-viral que está a ser armazenado em todo o mundo, incluindo em Portugal, para prevenir uma pandemia.

A revista Nature revelou que esta estirpe foi descoberta numa jovem vietnamita de 14 anos, que poderá ter contraído a gripe das aves através do irmão e não por contacto directo com aves infectadas.

A descodificação do genoma da estirpe particular de vírus H5N1 revelou que uma mutação o tornou resistente ao "Oseltamivir", nome laboratorial do "Tamiflu".

A gripe das aves é uma doença contagiosa entre animais e que é transmissível aos seres humanos.

UE pode pedir medidas «drásticas e radicais» de prevenção

A União Europeia poderá pedir aos 25 medidas "drásticas e radicais" para prevenir contra a disseminação do vírus da gripe das aves, depois da confirmação de um foco na Roménia, disse sábado o presidente da Comissão Europeia.

"Estamos a fazer o máximo possível com o máximo de transparência. Vamos informar em permanência a opinião pública europeia e mundial do que acontece", disse Durão Barroso, em Salamanca.

"Se houver novos dados não hesitaremos em propor aos Estados-membros medidas mais drásticas ou radicais, em absoluta transparência. Estamos a monitorar a situação em permanência", afirmou ainda o presidente da Comissão Europeia.

Durão Barroso relembrou que a UE já decidiu "interditar a importação de produtos de aviário da Roménia" como tinha feito para a Turquia.

"Até este momento não há prova de que este vírus é transmissível entre humanos. Mas como há casos de mortes entre humanos na Ásia e noutros países consideramos que é essencial agir com máxima precaução e prudência", afirmou.

O ministro da Agricultura romeno declarou hoje que o vírus da gripe das aves detectado na Roménia é o H5N1, tipo perigoso que já causou a morte a cerca de 60 pessoas na Ásia.

Em declarações ao canal televisivo Realitatea, Gheorghe Flutur confirmou que o vírus detectado na região de Ceamurlia de Jos é o H5N1.

A Roménia tinha anunciado, há uma semana, um foco suspeito na localidade de Ceamurlia de Jos e de um outro hoje identificado na aldeia de Maliuc, ambas no delta do rio Danúbio, a 60 quilómetros de distância uma da outra.

O problema da gripe das aves deverá ser discutido numa reunião extraordinária do Conselho Europeu para analisar o problema.

O presidente da Comissão Europeia falava aos jornalistas em Salamanca onde participa como convidado especial na XV Cimeira Ibero-americana de chefes de Estado e de Governo que terminou no sábado.

Autoridades britânicas dizem que pandemia não pode ser evitada

Uma pandemia de gripe resultante da mutação do vírus da gripe das aves não poderá ser evitada e poderá matar pelo menos 50 mil pessoas no Reino Unido, estimou ontem o director geral de saúde.

"É um fenómeno natural e vai chegar", afirmou Liam Donaldson.

"Isto não quer dizer que vai haver uma pandemia de gripe das aves, quer dizer que numa dada altura este vírus se vai combinar com o da gripe humana, tornando-se então facilmente transmissível" entre humanos, explicou.

A pandemia de gripe, acrescentou, fará "50 a 55 mil mortos" suplementares na Grã-Bretanha, mas esse número poderá ser superior.

Cerca de 12 mil britânicos morrem anualmente devido à epidemia de gripe normal.

Questionado sobre se se poderia repetir o balanço de 250 mil mortos britânicos registado aquando da pandemia de 1919, Donaldson declarou que este número "não é irrealista", mas acrescentou que deverá ser inferior.

Segundo Liam Donaldson, "é pouco provável que [a pandemia] se verifique na Europa neste Inverno".

Indonésia: mais uma morte por suspeita de gripe das aves

Um homem indonésio morreu num hospital de Jacarta, suspeitando-se que tenha sido vítima de problemas provocados pela gripe das aves, referiu sábado na sua edição electrónica o jornal Jakarta Post, que cita fontes hospitalares.

Até ao momento, a Indonésia regista três casos confirmados de morte devido à gripe das aves.

O hospital em que a vítima estava internada, o Sulianti Saroso, é a unidade em que a maior parte das vítimas da gripe das aves é submetida a tratamento.

De acordo com a fonte citada pelo Jakarta Post, o homem, de 56 anos, deu entrada no hospital na passada segunda-feira com sintomas de gripe das aves, embora os primeiros exames tenham sido negativos.

"Ainda está classificado como um caso suspeito", acrescentou a fonte citada pelo jornal, que salientou terem sido efectuados novos exames sanguíneos e de amostras de muco, aguardando-se agora o resultado dos exames.

Com esta vítima, a Indonésia passa a registar seis mortes que se suspeitam terem sido provocadas pelo vírus H5N1, mas que ainda não foram oficialmente apresentadas como vítimas da gripe das aves.

As autoridades sanitárias indonésias apenas confirmaram três mortes provocadas pela gripe das aves, de acordo com testes feitos localmente e confirmados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

O primeiro caso foi notificado em Junho passado.

Nos hospitais indonésios encontram-se ainda internados dois doentes confirmados com gripe das aves, enquanto outros 85 são referenciados como casos suspeitos.

O responsável da organização Mundial de Saúde (OMS) no Sudeste Asiático advertiu sexta-feira que a possibilidade de uma epidemia de gripe das aves é real porque o vírus se "entrincheirou" na zona e avança diariamente.

"A possibilidade de uma epidemia existe e é um dos cenários com que a OMS trabalha. Quanto mais tempo levarmos a erradicar o vírus, maiores são as possibilidades de se produzir uma epidemia", declarou Shigeru Omi numa conferência de imprensa em Manila, Filipinas, sede regional da organização.

Desde 2003, pelo menos 60 pessoas morreram no Sudeste Asiático em consequência da gripe das aves, a maioria delas no Vietname.

Suspeita de gripe das aves no Kosovo

A imprensa do Kosovo noticiou a primeira suspeita de um foco de gripe das aves.

O proprietário de uma exploração detectou 80 aves mortas e alertou para a situação.

No último mês, o mesmo proprietário havia detectado uma taxa de mortalidade anormal entre as suas aves, tendo já abatido três quartos das mesmas.

Ainda não se confirmou a gripe das aves no local, aguardando-se, para já, os resultados laboratoriais já a decorrer.

Veterinários Municipais defendem fim da venda de aves vivas

Os veterinários municipais defendem a proibição da exposição e venda de aves vivas em mercados e feiras.

Cardoso Resende, o bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários, realçou que «o melhor seria proibir, ainda que provisoriamente, este tipo de exposição e venda», uma vez que teme-se que os animais, em contacto com os outros nos mercados e feiras, possam, no regresso às explorações e em caso de infecção, contagiar os bandos de origem.

O que dificultaria a identificação da fonte na eventualidade de um surto.

Também Garrido Fernando, o presidente da Associação Nacional dos Médicos Veterinários dos Municípios, considera que «o controlo não é viável», pelo que a melhor opção seria a proibição.

Para o mercado do Bolhão, no Porto, o director-geral de Veterinária, Carlos Agrela Pinheiro, reconhece aos veterinários concelhios autoridade para determinar a proibição.

«Mas não se trata de uma directiva nacional», esclareceu garantindo que Portugal continua a agir em consonância com todas as indicações emanadas da União Europeia.

Pandemia pode provocar até 13 mil mortes em Portugal

O mais recente balanço de uma eventual pandemia de gripe das aves em Portugal aponta para entre 11 a 13 mil mortos, avançou Graça Freitas, da Direcção Geral de Saúde.

Graça Freitas comentando as afirmações do director geral de saúde britânico, Liam Donaldson, que indica que existe a previsão de pelo menos 50 a 55 mil mortos suplementares por causa de uma pandemia de gripe das aves, afirmou que para Portugal as estimativas são da mesma ordem de grandeza.

«No cenário mais previsível teríamos um excesso de mortalidade que podia chegar dos 11 mil aos 13 mil mortos, o que atendendo à população portuguesa e inglesa representa um cenário da mesma ordem de grandeza».

Graça Freitas, que faz parte da Comissão de Acompanhamento da Gripe das Aves, adiantou ainda que hoje deverá estar concluída a versão prévia do plano de contingência que está a ser revisto. «Numa fase inicial poderíamos apenas ter que isolar os doentes e os seus contactos mais próximos, numa fase mais adiantada podemos ter que vir a encerrar espaços públicos», afirmou.



Fonte: Confagri

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