Até ao final do ano, o Governo Português pretende realizar pelo menos 500 análises a aves migratórias, para despistar o vírus da gripe das aves.
Em situações normais, são poucas as amostras de espécies selvagens que entram no programa anual de monitorização sanitária de aves no país.
Este ano, o Ministério da Agricultura já realizou duas mil análises e vai fazer pelo menos 500 a aves migratórias, cujas amostras de sangue e excrementos das aves selvagens já estão a ser recolhidas pelo Instituto da Conservação da Natureza.
Este reforço da monitorização, segue-se ao receio de que as migrações de aves sejam uma fonte principal de disseminação do vírus H5N1, causador da violenta gripe.
Hospitais portugueses preparados para a gripe aviária
Os hospitais portugueses já têm prevista a criação de circuitos fechados para a instalação de doentes infectados com a gripe das aves.
A iniciativa faz parte do Plano de Contingência para a Gripe das Aves, que deverá ser tornado público em breve.
A chefe da Divisão de Doenças Transmissíveis da Direcção-Geral de Saúde, Graça Freitas, disse já que os hospitais dispõem dos seus próprios planos de emergência, que prevêem, precisamente, situações de pandemia.
«É a eles que será pedida a activação dos circuitos próprios de isolamento», que visam minimizar os riscos de propagação de vírus altamente contagiosos.
O director-geral de Saúde, Francisco Jorge, adiantou contudo que o «isolamento nunca será absoluto, até porque tal não é possível em lado nenhum».
O responsável garantiu que os hospitais portugueses estão preparados para enfrentar uma eventual pandemia.
DGV vai receber amostras de aves de caçadores
A Direcção-Geral de Veterinária (DGV) vai começar a receber, a partir da próxima semana, amostras de aves de mais de 150 mil caçadores de todo o país.
Os animais vão ser submetidos a testes da gripe das aves.
A associação Nacional de Proprietários e Produtores de Caça, que é responsável por mais de 400 zonas de caça, vai receber um kit de amostragem para distribuir pelos associados.
Já foi distribuída uma circular pelos caçadores portugueses para a tomada de medidas de higiene e segurança com a caça.
É que «os caçadores andam no terreno e são um importante parceiro na monitorização das rotas e na identificação de aves infectadas», explicou fonte da DGV.
Entretanto, o Laboratório Nacional de Investigação Veterinária já realizou mais de dois mil testes a aves, prevendo-se que, até Dezembro, se realizem ainda mais 500 testes.
Fonte: Correio da Manhã, Público, Confagri