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Gripe das Aves: simulação surpresa irá testar nível de preparação na UE
2005-10-19
 

A Comissão Europeia está a organizar um exercício de simulação, surpresa, para testar o nível de preparação dos 25 a uma crise causada por uma pandemia da doença das aves, anunciou hoje o executivo comunitário.

"Este exercício irá testar a capacidade da Europa responder a uma pandemia de uma forma coordenada e efectiva", disse o comissário europeu responsável pela Saúde e Protecção do Consumidor, Markos Kyprianou.

Segundo um porta-voz comunitário, a data e hora de início da simulação, de dois dias, que se realizará até ao fim do ano não serão comunicadas previamente para que o exercício seja tão realista quanto possível.

"Os especialistas dizem-nos que uma pandemia provocada pela variação humana da doença das aves é uma possibilidade real que pode acontecer a qualquer momento dos próximos anos", sublinhou Markos Kyprianou.

Responsáveis de centros de comando em toda a Europa irão reagir a cenário imaginários de emergência a fim de treinar os processos de decisão e de comunicação, explica a Comissão Europeia.

O exercício irá envolver as autoridades nacionais responsáveis pela saúde pública, Comissão Europeia, agências europeias como o Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), Organização Mundial de Saúde (OMC) e representantes de fabricantes de vacinas e indústria farmacêutica.

Vários focos de doença das aves foram detectados na Europa e há o receio de que uma mutação do vírus possa atacar os humanos.

Portugal adquiriu 2,5 milhões de doses de tratamento

O director-geral de Saúde, Francisco George, reafirmou hoje, no Porto, que Portugal adquiriu já 2,5 milhões de doses de tratamento completo para as manifestações clínicas da gripe das aves na população.

O tratamento faz parte de uma reserva estratégica que estará disponível no segundo semestre de 2006, numa altura em que se prevê "uma maior probabilidade de termos problemas", disse o director-geral de Saúde, que participou no Encontro Nacional de Infecciologia do Hospital Joaquim Urbano, no Porto.

"Estamos a falar do aparecimento de um vírus novo que terá capacidade de se transmitir pessoa a pessoa e portanto é preciso assegurar reservas estratégicas", frisou o responsável.

Segundo Francisco George, trata-se de medicamentos que existem apenas nos circuitos que dependem do Ministério da Saúde, nomeadamente nos centros de saúde e hospitais.

"Estes medicamentos não podem ser administrados de forma descontrolada e sem critério", sublinhou, realçando ainda que "só em situações muito específicas pode ser utilizado para fins profilácticos", sendo administrado como prevenção em pessoas que não estão doentes.

O responsável referiu ainda o stock de medicamentos, já disponível, para assegurar a protecção de tratadores de aves em explorações onde o problema seja identificado.

Este stock "encontra-se disponível num armazém gerido pela Direcção Geral de Saúde e será reforçado em Janeiro de 2006", disse, sublinhando que são tratamentos que não entram no circuito normal das farmácias.

"Não faz sentido comparar a situação das farmácias (onde têm surgido dificuldades no abastecimento do único antiviral disponível no circuito comercial) com o circuito estratégico definido antecipadamente pelos serviços públicos que dependem do Ministério da Saúde", frisou.

Segundo Francisco George, "foi estimada, em caso de pandemia (transmissão do vírus entre humanos, já considerada inevitável) a hipótese da infecção se propagar de forma mais moderada ou mais grave, com uma taxa possível de "ataque" que pode afectar entre um quarto e um terço da população portuguesa".

"Estamos a falar de uma infecção que não se sabe quando vai surgir nem qual a gravidade que irá apresentar sendo por isso necessário equacionar todos os cenários para sabermos os meios que têm de ser mobilizados de forma adicional para reduzir os efeitos", acrescentou.

Francisco George referiu ainda a mensagem enviada pelo coordenador do Programa Europeu de Vigilância da Gripe das Aves criado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), Bernardus Ganter, que hoje deveria ter participado no encontro de infecciologia, mas que foi impedido devido ao surgimento de caso de gripe das aves na parte oriental da Europa.

"A mensagem é sobretudo a necessidade de fortalecer os serviços de vigilância e reforçar a colaboração entre serviços de veterinária e os serviços de saúde pública", disse.

Como medidas de precaução, Bernardus Ganter transmitiu a necessidade de proteger grupos de risco, nomeadamente os trabalhadores de aviários onde o problema seja detectado.

Apontou ainda a obrigatoriedade de comunicar de forma "imediata e transparente" a doença ou morte de aves, para assim controlar um eventual foco infeccioso.

A evolução da gripe em aves está a ser acompanhada em Portugal por uma comissão que inclui o director-geral de Veterinária, a directora do Laboratório Nacional de Investigação Veterinária e a subdirectora geral de Saúde.

O 9º Encontro Nacional de Infecciologia do Hospital Joaquim Urbano decorre até sexta-feira no Porto com o objectivo de discutir a problemática das infecções emergentes, nomeadamente a gripe das aves e dos sistemas de vigilância epidemiológica.



Fonte: Confagri

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