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Gripe Aviária
2005-10-25

Dezassete aves encontradas mortas em Peniche vão ser analisadas.

Doze gansos patola e cinco gaivotas encontrados hoje mortos entre a praia da Consolação e a do Molhe Leste, Peniche, vão ser analisados pelo Laboratório de Investigação Veterinária para saber se têm o vírus da gripe das aves.

Fonte da Câmara de Peniche disse que a recolha foi iniciada ao início da tarde pela direcção de serviços de veterinária do núcleo de intervenção veterinária das Caldas da Rainha, dependente da direcção regional de Agricultura do Ribatejo e Oeste.

A existência de patos mortos naquela zona de praias foi comunicada hoje de manhã à autarquia por um cidadão de Peniche.

Fonte do gabinete do ministro da Agricultura disse que a situação está a ser acompanhada pelos respectivos serviços.

Federação pede apoios para pequenos criadores

A Federação dos Agricultores do Distrito de Leiria (FADL) defendeu ontem a criação de apoios aos pequenos e médios produtores de aves, face à proibição da exposição daqueles animais em feiras e mercados devido à gripe das aves.

O presidente da FADL, António Ferraria, disse que "estas medidas restritivas determinadas pelo Governo devem levar também à criação de apoios aos pequenos e médios criadores de aves, muitos dos quais já estão em dificuldades e, caso não sejam apoiados, irão para a ruína".

"O próprio alarmismo criado em torno do problema vai levar a que haja pessoas a deixarem de consumir carne de aves e isto vai ser um problema para muitos dos pequenos criadores, que não terão possibilidades de escoar o que produzem", alertou António Ferraria.

Segundo o dirigente da FADL, "são muitos os pequenos produtores de galinhas e patos existentes na região" de Leiria, com os quais aquela estrutura associativa pretende reunir para debater a situação.

Ao pedir apoios para os criadores de aves, António Ferraria lança, no entanto, um apelo ao Governo: "se decidirem criar algum tipo de apoio, que ele não seja através de uma linha de crédito bonificado, pois caso contrário, e apesar da bonificação, assistir-se-á apenas a um maior endividamento dos produtores".

"O que é necessário é fazer-se uma avaliação da situação de cada exploração, de quais os prejuízos existentes e definir os apoios a atribuir", acrescentou o dirigente associativo.

O presidente da FADL - estrutura afecta à Confederação Nacional da Agricultura (CNA) - lamentou, por outro lado, a aplicação desde já da interdição de comercialização dos animais nas feiras e mercados, afirmando-se convicto de que isso se deve ao facto de "os governantes estarem pressionados pela opinião pública".

Ministro da Agricultura contra alarmismos

O ministro da Agricultura, Jaime Silva, apelou ontem no Luxemburgo para que se evitem "alarmismos" em Portugal relativamente à gripe das aves, garantindo que "não há razões para alarme" e que o Governo português nunca esconderá informação.

Jaime Silva falava à imprensa portuguesa depois de uma debate no Conselho de Ministros da Agricultura dos 25 sobre a situação da gripe das aves, no mesmo dia em que surgiu em Portugal a notícia do aparecimento de 12 gansos patola e cinco gaivotas mortos entre a praia da Consolação e a do Molhe Leste, Peniche.

"A saúde pública é a preocupação fundamental do Governo. Não há qualquer intenção de esconder informação. A informação será disponibilizada, todos os resultados de análises serão comunicados de imediato, e ao primeiro foco que aparecer, que ninguém tenha dúvidas que isolaremos a zona, procederemos imediatamente ao sequestro e abate de aves e estabeleceremos a cintura sanitária", afirmou Jaime Silva.

O ministro salientou que "não é a primeira vez que aparecem gansos patolas mortos" em Portugal, recordando que já "apareceram, a 11 de Outubro, na zona de Esposende, oito gansos, que foram analisados", tendo todos os resultados sido negativos.

Jaime Silva explicou ainda que se trata de aves que se alimentam de peixe, e que "muitas vezes aparecem na costa por serem apanhadas nas redes".

"Já fizemos mais de 100 análises a gansos e patos e os resultados foram todos negativos", indicou.

Afirmando que "não é necessário alarmar o consumidor", o ministro português indicou que o "empolamento" da situação - com natural impacto no mercado -, foi precisamente uma das questões debatidas hoje à tarde no Luxemburgo, num Conselho que classificou como "muito útil", pois permitiu ouvir os testemunhos de ministros de países que identificaram mortes de gansos (Grécia e Suécia).

No Conselho participou também o comissário europeu responsável pela Saúde e Protecção dos Consumidores, Markos Kyprianou, para fazer um ponto da situação da epidemia e das medidas tomadas pelos Estados- membros, e de acordo com o ministro português "também a Comissão revelou algum mal-estar pela forma a informação está a ser tratada".

"A posição do governo português é muito clara: a nossa preocupação são os consumidores portugueses e a saúde pública, mas neste momento não temos qualquer problema de saúde pública nem tão pouco um problema veterinário", reforçou Jaime Silva.

O ministro voltou ainda a frisar que "não há qualquer risco no consumo de carne, particularmente quando é cozinhada a temperatura superior a 70 graus" e que essa é a posição dos cientistas.

A outro nível, o ministro também considerou "muito prematuro falar já em problemas de emprego" devido à proibição de venda de aves em mercados abertos, uma medida decidida pela Comissão na passada sexta-feira e aplicada por Portugal no fim-de-semana.

Nesse quadro, salientou ainda que "ninguém pode evocar, a partir de hoje, que desconhece as orientações da Comissão e do governo português".

O ministro da Agricultura adiantou ainda que hoje, no Comité Permanente Veterinário, a Comissão Europeia vai propor a interdição temporária de importação de aves de companhia ou aves como os papagaios - na sequência da morte de uma destas aves com o vírus H5N1 no Reino Unido -, proposta essa que "obviamente Portugal irá votar favoravelmente".

Pessoa sob vigilância após morte de galinhas em Sta. Maria da Feira

Uma pessoa encontra-se sob vigilância médica no Hospital de S. Sebastião, Santa Maria da Feira, depois de várias das suas galinhas terem morrido sem causa ainda conhecida, afirmou ontem o director-geral de Saúde.

Francisco George garantiu que os resultados das análises efectuadas deverão ser conhecidos terça-feira e que "todas as medidas de diagnóstico precoce e de protecção" foram adoptadas neste caso.

Estão também a ser efectuadas análises às galinhas mortas, acrescentou o director-geral.

O responsável recusou-se a falar de gripe das aves nesta situação, mas deixou claro que todos os responsáveis médicos do hospital estão a par do caso e a agir em conformidade.

Francisco George garantiu "não estar muito preocupado" com este caso, "bem pelo contrário".

"Constato que os mecanismos adoptados estão a funcionar", disse, recordando que até ao momento não surgiu em Portugal qualquer tipo de contaminação pela gripe das aves.

"Os portugueses não vão ter problemas no imediato. Em Portugal não há qualquer sinal de que a gripe das aves tenha chegado nem há qualquer medida de protecção a ser tomada", garantiu.

O director-geral de Saúde deixou claro que neste momento "os portugueses podem comer os derivados de aves, ovos inclusive", visto não haver, em termos sanitários, "qualquer restrição".

Questionado sobre a proibição de venda de pássaros em espaços abertos, como mercados e feiras, Francisco George garantiu que a medida é preventiva e visa apenas "evitar qualquer contacto entre aves selvagens e aves de capoeira".

E frisou que a medida se insere num plano definido por veterinários e não por médicos.

Ancave garante segurança da produção nacional de carne de aves

A Associação Nacional dos Centros de Abate e Indústrias Transformadoras de Carne de Aves (Ancave) garantiu que a avicultura portuguesa é «das mais modernas e seguras da Europa» e que não há motivo para alarme quanto à gripe das aves.

O presidente da organização, Manuel Lima, considerou que a hipótese da doença chegar ao nosso país é «muito remota», já que «as aves são controladas desde o momento da incubação até ao abate. Não há aves nenhuma que seja abatida e colocada no mercado sem um certificado sanitário, que a acompanha desde que nasce».

A Ancave, responsável pela produção de 99 por cento da carne avícola consumida em Portugal, tem estado a colaborar com as entidades veterinárias nacionais. «Os veterinários estão a fazer um controlo ainda maior das produções, com testes regulares. Todas as análises efectuadas foram negativas».

A associação adiantou que, apesar da segurança, já se notam ligeiras quebras no consumo e, por isso, a grande preocupação da Ancave tem sido «tranquilizar os consumidores». Até a produção de ovos é realizada mediante controlo veterinário, com «medidas de higiene e segurança muito rigorosas».

ANF disponibiliza-se para distribuir medicamento contra a gripe das aves

A Associação Nacional de Farmácias (ANF) disponibilizou os seus 2800 associados para, em caso de pandemia humana da gripe das aves, distribuir gratuitamente o medicamento contra a doença.

A associação ter-se-á oferecido também para a constituição das farmácias enquanto «centros de prevenção e informação» à população. A Direcção-Geral da Saúde já avançou que existem, em Portugal, 1100 tratamentos completos do oseltamivir, em cápsulas. A reserva de medicamentos será reforçada em Janeiro, com mais dez mil doses, e, dois meses depois, o país poderá contar com a chegada dos 2,5 milhões de doses encomendadas pelo Governo.

Homem internado em Sta. Maria da Feira não deve ter gripe das aves

O director-geral de Saúde, Francisco George, afirmou que o doente internado em Santa Maria da Feira não deve ter gripe das aves. Mesmo assim, foi-lhe administrado o Tamiflu como medida de precaução.

Para o responsável, não existem razões para preocupações, uma vez que já afastou a possibilidade da gripe das aves ter chegado a Portugal. O director-geral de Saúde afirmou não haver, portanto, qualquer necessidade de se tomarem novas medidas de prevenção.

Garantiu que a situação está a ser acompanhada com atenção e que é possível que as galinhas do homem internado em Santa Maria da Feira tenham morrido da doença de Newcastle, uma enfermidade comum entre as aves.

O director clínico do Hospital de S. Sebastião, Hugo Meireles, explicou que não se pretende correr riscos. «Aguardamos os exames analíticos que estão a ser feitos e, a partir daí, vai-se identificar a situação». O responsável médico disse que «a situação está em total controlo e não há qualquer risco para as populações».

Parlamento Europeu debate hoje gripe das aves e risco de pandemia

A estratégia da União Europeia para combater uma eventual pandemia de gripe vai ser hoje debatida no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, no mesmo dia em que Bruxelas deverá reforçar as medidas de prevenção contra a gripe das aves.

Um dia depois de o Conselho de ministros da Agricultura dos 25 ter analisado no Luxemburgo, em conjunto com a Comissão, a situação da gripe das aves, a questão será debatida em Estrasburgo, com a assembleia a questionar o executivo e o Conselho sobre a capacidade de resposta da União Europeia face à eventualidade de uma pandemia.

Segunda-feira, no Luxemburgo, os ministros e a Comissão fizeram questão de desdramatizar a situação, com o ministro português Jaime Silva a apelar mesmo para que se evitem "alarmismos", embora sublinhando sempre a necessidade de uma colaboração estreita a nível de prevenção para evitar focos e a propagação da gripe na UE.

Também hoje, o Comité Permanente de Cadeia Alimentar e Saúde Animal apreciará em Bruxelas uma proposta da Comissão - no seguimento de um requerimento do Reino Unido - de proibição temporária de importação de aves de companhia (como papagaios) de qualquer ponto do Mundo.

Segunda-feira, no Luxemburgo, o ministro português da Agricultura insistiu na necessidade de se seguirem estritamente as medidas de prevenção recomendadas pela Comissão e implementadas pelo Estados-membros, para evitar focos de gripe das aves na UE, por razões de saúde pública, acima de tudo, mas também de impacto financeiro.

Jaime Silva indicou, a título de exemplo, e com base em estimativas já levadas a cabo no quadro de um plano de contingência, que um foco de gripe das aves numa zona de Portugal com grande concentração de aviários, como a Beira Litoral, poderá custar 17 milhões de euros.

Gripe das aves faz quarta morte entre humanos na Indonésia

Uma quarta pessoa morreu vítima de gripe das aves na Indonésia, anunciaram hoje as autoridades indonésias e a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Com esta vítima, originária da região de Bogor, o número de contaminações confirmadas pelo vírus H5N1 da gripe das aves ascende a sete no arquipélago, segundo as mesmas fontes.

O balanço de quatro mortos foi confirmado pela Organização Mundial de Saúde, pelo qual as autoridades indonésias se guiam desde o início de Outubro, depois de anteriormente terem anunciado um balanço de sete mortos.

Para ser contabilizado pela OMS, um morto deve, primeiro, acusar um resultado positivo pelo vírus no seu país e, posteriormente, por um teste praticado no estrangeiro, no caso um laboratório de Hong Kong para as vitimas na Indonésia.

A organização da ONU para a alimentação e a agricultura (FAO) anunciou segunda-feira que vai, em breve, enviar para a Indonésia uma "equipa de peritos" para combater "na fonte" os focos de gripe das aves e estabelecer centros locais de vigilância da doença, principalmente em Java.

A gripe das aves matou mais de sessenta pessoas desde 2003 no Sudeste Asiático.

Entretanto, um novo caso de gripe das aves do tipo H5N1 foi descoberto no Este da China, na província de Anhui, onde 2.100 frangos e gansos foram infectados, indicou hoje a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE).

O caso foi detectado a 20 de Outubro na localidade de Liangying, indicou o ministério chinês da agricultura.

Cerca de 550 aves morreram e 44.736 foram destruídas, segundo o relatório das autoridades veterinárias locais transmitidas à OIE.

Segundo as autoridades, medidas de quarentena, desinfecção e vacinação já foram tomadas na região.

"As medidas que foram tomadas incluem nomeadamente o isolamento das instalações infectadas, o sacrifício de aves da zona infectada.

Vacinações foram também feitas num raio de três quilómetros", afirmou Nureddin Mona, representante na China da Agência das Nações Unidas para a alimentação e a agricultura.

Cerca de 140.000 aves foram vacinadas, segundo as autoridades veterinárias chinesas.

Na semana passada, a China foi afectada pelo primeiro caso de gripe das aves dos últimos dois meses, na Mongólia Interior, onde cerca de 2.600 aves morreram vítimas do vírus H5N1, numa quinta que conta com 10.000 aves, principalmente frangos, gansos e pavões.

Qualificando a situação como "grave", as autoridades chinesas tomaram medidas no terreno.

"Sentimos que a cooperação que a China nos garante é verdadeiramente importante, é transparente. Assinalam o caso rapidamente e a cooperação faz-se sem dificuldades, em particular na partilha de informação", explicou o representante da FAO.

A China está a ser particularmente afectada pelo vírus da gripe das aves, mas nenhum caso humano foi oficialmente detectado.

EUA aceleram produção de anti-virais

As autoridades norte-americanas de regulamentação de medicamentos (FDA) anunciaram segunda-feira medidas que permitem acelerar procedimentos autorizando a produção, sob licença, de anti-virais como o Tamiflu, para fazer frente a uma eventual pandemia da gripe das aves.

Se os laboratórios suíços Roche atribuírem licenças de produção deste medicamento antigripal a outras firmas farmacêuticas, a FDA (Food And Drug Administration) deve conceder-lhes autorização para produzirem as suas versões do remédio.

A FDA criou "uma equipa de resposta rápida" para facilitar o procedimento de autorização da distribuição no mercado do Tamiflu, fabricado sob licença, e acelerar também a avaliação de qualquer novo medicamento antigripal desenvolvido por qualquer firma farmacêutica.

"Assegurar que os norte-americanos terão as protecções suficientes contra uma pandemia da gripe das aves - se o vírus H5N1 sofrer uma mutação para se transmitir entre humanos - é uma das primeiras prioridades da FDA", indicou em comunicado, Andrew von Eschenbach, administrador interino do organismo.

"Com esta nova equipa pensamos poder avaliar inteiramente um pedido de autorização de um novo medicamento antigripal entre seis a oito semanas", revelou.

A FDA anunciou igualmente medidas para limitar o fabrico e a venda de falsificações do Tamiflu.

Bruxelas propõe embargo temporário à importação de aves selvagens

A Comissão Europeia vai propor hoje um "embargo temporário" da União Europeia às importações de aves selvagens vivas provenientes do resto do mundo, anunciou ontem o Comissário da Saúde europeu, Markos Kyprianu, no Luxemburgo.

Bruxelas proporá aos especialistas veterinários dos 25 Estados membros da UE "uma interdição geral, não só para um país específico, de importações de aves selvagens que foram capturadas", anunciou o Comissário em conferência de imprensa.

Também o Reino Unido pediu um embargo deste tipo após a descoberta, na Grã-Bretanha, de um papagaio atingido pelo vírus da gripe das aves.

Lembrando que o papagaio em questão estava em quarentena, obrigatória para qualquer ave que chegue a território europeu, o Comissário sublinhou que o "Reino Unido não tinha problemas de gripe das aves".

A proibição que a Comissão proporá terça-feira visa somente as aves selvagens importadas para fins comerciais, nomeadamente aquelas que são vendidas, e não as criadas por particulares, precisou, por seu lado, o porta-voz europeu, Philip Tod.

Em relação a estas aves "domésticas" (papagaios, canários, etc), a Comissão irá propor "controlos" reforçados, afirmou Kyprianu.

Desde 2000 que Bruxelas condiciona a importação de aves de companhias a um período de quarentena de 30 dias em locais especializados, onde as aves são submetidas a testes para detectar a eventual presença de doenças contagiosas.

Entretanto, especialistas do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUE) insurgiram-se hoje contra o facto de as aves selvagens serem apontadas como as principais responsáveis pela expansão da gripe das aves, considerando que as raízes do mal estão nos métodos de criação em massa e na criação doméstica.

Num comunicado conjunto, os representantes de nove organizações internacionais - entre as quais quatro agências da ONU -, reunidas hoje em Bona (Alemanha), denunciaram "a histeria" mediática em torno da transmissão do vírus H5N1 da gripe das aves.

"Estamos em vias de perder um tempo precioso apontando o dedo às aves selvagens, quando as causas reais do mal estão claramente em procurar nas práticas de criação em massa e na criação doméstica onde as condições são favoráveis à transmissão e à mutação do vírus", indicou um dos participantes, William Karesh, director de programas veterinários da Sociedade de Conservação da Natureza (WCS), citado no comunicado.

Apesar disso, os especialistas do PNUE defendem a aplicação de um controlo mais rigoroso sobre o comércio nacional e internacional e sobre o transporte de aves selvagens e de aves domésticas.

25 aves migratórias encontradas mortas na Alemanha

Vinte e cinco aves migratórias foram encontradas mortas na segunda-feira na margem do lago Neuwied, no oeste da Alemanha, disse hoje a polícia local.

Os cadáveres dos animais (gansos e patos) foram levados para um laboratório veterinário em Koblenz que hoje deverá esclarecer se foi encontrado nos animais o vírus da gripe das aves.

Segundo os bombeiros, que descobriram os cadáveres, alguns dos animais tiveram fortes convulsões antes de morrer.

O lago é uma zona de repouso habitual para aves migratórias provenientes do norte da Europa. Nele se encontram também cisnes e galinholas que não parecem ter sintomas da doença, afirmou ainda a polícia.

França decide confinar aves num quarto do território

A França decidiu confinar em recintos fechados as explorações de aves ao ar livre em 21 departamentos do país, ou seja, em cerca de um quarto do território, anunciou hoje o ministro da Agricultura francês.

A medida faz parte de um pacote de acções adoptado pelas autoridades francesas como precaução para a gripe das aves, que já chegou à União Europeia.

Os 21 departamentos visados (em França existe um total de 100 destas regiões administrativas), são os que "apresentam um risco particular de contacto com aves migratórias", precisou em comunicado o ministro Dominique Bussereau.

Em causa estão, na região Oeste, os departamentos de Vendée, Ille-et-Vilaine, Indre, Somme, Seine-Maritime, Charente-Maritime, Loire-Atlantique e Manche, no sudoeste Gironde e Landes, centro-leste Ain e Aube, sudeste Bouches-du-Rhône, Gard e Haute-Corse, e no leste Marne, Haute-Marne, Meurthe-et-Moselle, Meuse, Bas-Rhin e Haut-Rhin.

Além disso, foi suspensa a presença de aves vivas em feiras, mercados e exposições em todo o território.

OMS diz que é preciso ajudar países em vias de desenvolvimento

O director-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Lee Jong Wook, apelou segunda-feira à noite aos países ricos para ajudarem os mais pobres na perspectiva de uma eventual pandemia da gripe.

"Devemos encontrar meios para ajudar os países em vias de desenvolvimento", afirmou Lee, durante a cerimónia de abertura da conferência "sobre a preparação mundial para uma eventual pandemia da gripe", na qual participam os ministros da saúde e peritos de três dezenas de países.

"Cada país deve ter acesso a medicamentos anti-virais, podendo procurá-los por si próprio ou recebê-los graças a uma colaboração internacional", assinalou Lee, sublinhando que o armazenamento de medicamentos anti-virais faz parte das medidas preventivas.

"A questão é saber se existirá uma pandemia de gripe humana? A resposta simples é sim. Quando acontecerá? Não sei. Mas pode aparecer a qualquer altura. É por isso que é preciso estarmos preparados. É por isso que estamos aqui", acrescentou.

A conferência de Otava tem como objectivo "estimular a colaboração e a coordenação à escala mundial para a prevenção de uma pandemia da gripe", indicaram os organizadores da conferência.

Novo foco na China

As autoridades chinesas anunciaram esta manhã ter detectado um novo foco de gripe das aves na província de Anhui, região leste do país.

Zhang Zhongjin, responsável da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) no país, revelou com informações do Ministério da Agricultura chinês que «o foco ocorreu na cidade de Changtian onde cerca de 2 100 gansos foram afectados e 550 já morreram. Outras 45 mil aves já foram sacrificadas».

Comissário insiste que pandemia é "apenas uma possibilidade"

O comissário europeu responsável pela Saúde afirmou hoje no Parlamento Europeu que a União Europeia está a tomar todas as medidas de prevenção relativamente à gripe das aves, mas insistiu que uma pandemia "é apenas uma possibilidade".

Markos Kyprianou participou hoje de manhã em Estrasburgo num debate sobre a gripe das aves e a estratégia da UE para combater uma eventual pandemia de gripe, e garantiu no hemiciclo que a Europa está a preparar-se para o pior cenário mas pediu que se evite o pânico.

O comissário insistiu na ideia de que é necessário "distinguir entre gripe das aves e a possibilidade de uma pandemia, que é apenas uma possibilidade", e afirmou que o "aparecimento da gripe das aves na Europa não torna mais provável uma pandemia".

"Haverá mais surtos de gripe das aves, temos de ser realistas.

Mas não podemos entrar em pânico sempre que surge um novo foco", enfatizou.

Kyprianou frisou que a União Europeia e os Estados-membros "apresentam o mais elevado nível de preparativos a nível internacional", o que, admitiu, "não quer dizer que se tenha chegado a um estádio de preparação suficiente".

Nesse quadro, o comissário com as pastas da Saúde e Defesa do Consumidor indicou à assembleia que os 25 Estados-membros apresentam neste momento "diferentes níveis de preparação", sem no entanto querer "hierarquizar".

Ao comissário, a assembleia pediu que Bruxelas seja "intransigente" e "mostre grande firmeza" em relação aos países que não sigam as recomendações.

Durante o debate, que durou sensivelmente uma hora, o comissário foi questionado fundamentalmente sobre a capacidade de produção de vacinas e a disponibilidade de medicamentos, tendo respondido que "de facto é preciso melhorar a capacidade de produção das vacinas", mas lembrando que uma vacina para uma eventual pandemia só pode ser produzida a partir do momento em que haja uma mutação do vírus.

Quanto aos apoios da UE aos Estados-membros, o comissário indicou que Bruxelas vai co-financiar os planos de sequestro e abate de aves, avançou que a questão da compensação aos agricultores devido aos prejuízos está já a ser discutida, e afirmou que um eventual fundo de solidariedade para efeitos de reembolso dos gastos com vacinação terá de ser aprovado pelo Parlamento e Conselho.

Reportando-se a uma intervenção de um eurodeputado que fez uma analogia com a pandemia de gripe espanhola, que no início do século XX fez mais de 20 milhões de mortos, Kyprianou lembrou que hoje há uma melhor preparação - nomeadamente antibióticos, médicos e planos de contingência - para enfrentar uma pandemia e minorar o número de vítimas.

O comissário reportou-se ainda ao exercício de simulação que vai ser realizado de forma inopinada "dentro em breve" para testar a capacidade de resposta da UE, indicando que o objectivo é "detectar as fraquezas do sistema e corrigi-las".

Relativamente à estratégia de comunicação, disse ser "importante que se mantenha a transparência" e que "as populações sejam permanentemente informadas".

"É natural que as pessoas tenham medo, e a forma de combater esse medo não é esconder informação, mas sim explicar o que está a acontecer", afirmou, apelando uma vez mais, nomeadamente à comunicação social, que se evite lançar o pânico.

Bruxelas proíbe importação de aves da Croácia

A Comissão Europeia proibiu hoje a importação de aves vivas, frangos, caça e penas da Croácia devido à presença de gripe das aves no país, anunciou um porta-voz do executivo europeu.

A decisão, já esperada, foi tomada na noite passada depois da confirmação pelas autoridades croatas de um segundo foco de gripe das aves em Nasice, 200 quilómetros a nordeste de Zagreb, referiu o porta- voz, Philip Tod.

Onze equipas veterinárias começaram hoje a abater todas as aves de capoeira em Nasice, onde foram encontrados dois cisnes mortos com a doença. Enquanto decorre a operação, foi bloqueado o acesso a cinco aldeias da região.

No passado fim-de-semana já tinham sido abatidas 13.000 aves domésticas num raio de três quilómetros em volta de uma exploração agrícola em Zdenci, que fica a 40 quilómetros de Nasice.

São esperados para o meio da semana os resultados das análises que estão a ser feitas no Instituto da União Europeia para a gripe das aves de Weybridge, no Reino Unido.

Essas análises determinarão se os cisnes encontrados mortos na Croácia foram ou não infectados com o perigoso vírus H5N1 da gripe das aves.



Fonte: Confagri, Jornal de Notícias, Público, TSF, DiárioDigital

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