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As autoridades sanitárias do Brasil estão a braços com mais uma doença agrícola, a ferrugem asiática, que ameaça a produção de soja, juntando-se à febre aftosa no gado e ao risco da gripe das aves.
O primeiro foco de ferrugem asiática na soja brasileira da safra 2005/2006 foi identificado em lavouras do Mato Grosso plantadas há um mês, informou hoje a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.
Investigadores da Embrapa vão avaliar a extensão da doença, que é causada por um fungo altamente contagioso.
Se a ferrugem não for controlada, pode provocar uma queda de até 80 por cento na produtividade das lavouras de soja.
Na safra 2003/2004, o Brasil registou perdas de mais de quatro milhões de toneladas devido à ferrugem asiática.
De acordo com especialistas, o Brasil deverá produzir na nova safra 53 milhões a 58 milhões de toneladas.
O estado do Mato Grosso é o maior produtor brasileiro.
A ferrugem asiática é mais uma grave preocupação para as autoridades brasileiras, que tentam controlar os focos de febre aftosa registados este mês nos Estados do Mato Grosso do Sul e no Paraná e ainda impedir a entrada no país do vírus da gripe das aves.
Ontem, o governo federal e o sector privado criaram um grupo de emergência para reforçar as acções de prevenção no território brasileiro contra a gripe das aves.
Maior exportador mundial de carne de frango, com embarques estimados em três milhões de toneladas neste ano, o Brasil quer continuar como área livre da doença.
"O Brasil tem uma posição privilegiada, porque as aves migratórias que chegam aqui só podem vir da América do Norte. Como os Estados Unidos têm um sistema de protecção muito vigoroso, corremos pouquíssimos riscos de ter um surto de influenza aviária", afirmou hoje o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues.
Os mecanismos de vigilância foram, no entanto, reforçados.
Será ampliada a capacidade dos detectores de metais instalados nos aeroportos para que possam identificar também matéria orgânica.
Foram criados também centros de queima de restos de produtos orgânicos.
"Os restos de comidas de aviões procedentes de países onde há gripe aviária devem ser queimados", assinalou o ministro Rodrigues.
Além disso, a vigilância na fronteira com a Colômbia, onde há um surto da doença, foi intensificada.
Quanto à febre aftosa, 43 países, entre eles os 25 membros da União Europeia, já anunciaram a suspensão total ou parcial da compra de carne brasileira desde que surgiram focos da doença em território brasileiro.
O governo isolou as áreas onde foram detectados focos de febre aftosa e mais de 5.000 cabeças de gado já foram abatidas.
Assim como a soja e o frango, a carne bovina é um dos principais produtos de exportação do Brasil.
O Brasil tem um rebanho de cerca de 195 milhões, sendo 25 milhões (12,8 por cento) no Estado de Mato Grosso do Sul.
No ano passado, as exportações brasileiras de carne bovina ascenderam a dois milhões de toneladas, num total de dois mil milhões de euros.
A febre aftosa, que não afecta o ser humano, é uma doença altamente contagiosa para animais como porcos, carneiros, vacas, cabras e ruminantes.
Fonte: Confagri
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