A APSA emite informação sobre a recolha de leite para bebés da Nestlé em embalagens Tetra Pak.
1. Em 6 de Setembro de 2005 a Nestlé-Itália foi informada pelas Autoridades Italianas que foi detectado isopropiltioxantona (ITX) em fórmulas infantis líquidas, de Nidina 2 (leite de transição). O ITX é um fotoiniciador, componente das tintas de impressão offset endurecidas por radiação UV, que foi libertado das embalagens Tetra Pak tendo passado para o leite.
2. No seguimento do aviso das autoridades, a Nestlé-Itália retirou os lotes de leite Nidina2 líquido que apresentaram ITX.
3. Os agentes económicos envolvidos (Nestlé, Tetra Pak e Sun Chemicals) iniciaram, de imediato, estudos de migração, avaliações toxicológicas e análise de risco. De acordo com estes estudos, os níveis médios de exposição ao ITX obtidos eram baixos. No que se refere à toxicidade, os resultados preliminares sugeriam que o ITX não provocava efeitos genotóxicos e mutagénicos
4.No início de Outubro, a Tetra Pack decidiu alterar o método de fabrico das embalagens para leite de bebés, tendo substituído o processo de impressão, passando a utilizar tintas sem ITX.
5. Em 22 Novembro a Nestlé-Itália decide retirar do mercado os lotes relativos às embalagens impressas pela tecnologia offset, como medida de precaução.
6. Em Portugal, em 22 Novembro, a Nestlé-Portugal, de acordo com comunicado emitido, retirou do mercado os lotes de leite de bebés Nan 1 e Nan 2 líquido, com prazos de validade de Junho 2006 e Setembro de 2006, respectivamente.
O leite Nidina 2 não é comercializado em Portugal em embalagens Tetra Pak.
O ITX não consta das listas de exclusão para tintas de impressão da indústria europeia, não sendo por isso uma substância proibida. No entanto, não foi ainda realizada a sua avaliação de risco pela Autoridade Europeia para Segurança de Alimentos (EFSA).
A EFSA considera, mediante os poucos dados disponíveis, que a presença de ITX nos alimentos é indesejável. No entanto, considera pouco provável que constitua um risco imediato para a saúde, tendo em conta os níveis de ITX detectados.
A pedido da Comissão Europeia, a EFSA, vai realizar a avaliação dos riscos do ITX, cujos resultados espera apresentar até Março de 2006, apresentando dentro de duas semanas um parecer preliminar.
Fonte: Agência Portuguesa de Segurança Alimentar