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A EFSA emitiu hoje, dia 9 de Dezembro de 2005, um parecer sobre a ITX, considerando que aquela substância constitui motivo de pouca preocupação para a saúde.
A fim de dar a conhecer, de forma sucinta, as conclusões do referido parecer, a EFSA elaborou um comunicado de imprensa com o conteúdo que passamos a expor.
O Painel Científico dos Aditivos Alimentares, Aromatizantes, Auxiliares Tecnológicos e Materiais em Contacto com os Géneros Alimentícios (AFC) da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) adoptou já um parecer sobre os possíveis riscos para a saúde relacionados com a 2-isopropiltioxantona (ITX).
A ITX é uma substância utilizada em tintas de impressão de certos materiais de embalagem, incluindo embalagens cartonadas de géneros alimentícios.
A ITX foi recentemente encontrada em alguns alimentos, tais como fórmulas adaptadas para lactentes prontas a consumir.
Confirmando o primeiro comunicado da EFSA sobre a ITX (datado de 24 de Novembro de 2005, que pode ser encontrado aqui) o Painel AFC concluiu que, na generalidade, não existem indicações de que a ITX seja genotóxica.
Assim, a EFSA informa que a presença desta substância em alimentos, apesar de indesejável, não constitui preocupação em relação à saúde, nos níveis reportados.
Na sequência dos relatórios indicando a presença de ITX em géneros alimentícios contidos em embalagens cartonadas, a Comissão Europeia solicitou à EFSA que emitisse um parecer científico relativamente aos possíveis riscos para a saúde associados a esta substância, até Abril de 2006.
Perante os níveis de preocupação pública existentes, o Painel AFC da EFSA adoptou, a 7 de Dezembro, um parecer final, bastante mais cedo do que o prazo previsto.
O trabalho do Painel incidiu sobre a avaliação da possível exposição a esta substância, bem como sobre o seu potencial genotóxico.
Ao efectuar a avaliação da exposição, o Painel utilizou principalmente dados disponíveis sobre os níveis de ITX encontrados pela indústria em géneros alimentícios contidos em embalagens cartonadas impressas com tintas contendo ITX.
Os produtos alimentares analisados nestes estudos incluem quatro tipos de produtos à base de leite, incluindo fórmulas adaptadas para lactentes, bebidas à base de leite e de soja, bem como sumos de fruta, néctares de fruta e outras bebidas.
Parece que a composição do próprio alimento influencia os níveis de ITX encontrados.
De acordo com os relatórios, os níveis de ITX em alimentos contendo gorduras eram superiores aos níveis detectados nos alimentos com base em água.
Os níveis mais elevados de ITX foram detectados nos produtos à base de leite, seguidos por produtos “turvos”, como o sumo de laranja e o sumo de tomate (devido à presença de polpa).
Não foi detectada ITX em sumos de fruta “transparentes”, como o sumo de maçã, nem na água.
O tamanho da embalagem parece igualmente ser um critério, uma vez que os níveis detectados em pacotes mais pequenos eram relativamente mais elevados que os níveis determinados no caso de embalagens maiores.
O Painel dedicou especial atenção à exposição de lactentes e crianças jovens.
Os lactentes que não são exclusivamente amamentados podem ser alimentados com fórmulas adaptadas prontas a consumir contidas em embalagens cartonadas.
Um número elevado de bebidas consumidas por crianças é provavelmente comercializado em embalagens cartonadas, em especial os produtos à base de leite e os sumos de fruta em embalagens de pequeno volume.
A exposição potencial na dieta de lactentes e crianças poderá, assim, ser superior à exposição dos adultos.
Na sequência da revisão dos estudos disponíveis sobre genotoxicidade, os quais confirmaram a ausência de genotoxicidade em animais, o Painel concluiu que, na generalidade, os resultados não indicam um potencial genotóxico da ITX.
Assim, a EFSA informa que a ITX não é preocupante para a saúde nos níveis reportados.
Presentemente, não existem dados disponíveis sobre outros aspectos que não a genotoxicidade.
No caso de persistir a contaminação de alimentos com ITX, o Painel gostaria de recomendar outros estudos que possam ser necessários.
Na sequência de um pedido da Comissão Europeia, a EFSA emitiu também um parecer científico sobre outra substância igualmente utilizada em tintas, o 2-etilhexil-4-dimetilaminobenzoato (EHDAB).
Esta substância também foi encontrada em produtos líquidos como o leite contido em embalagens cartonadas, apesar de em níveis inferiores à ITX.
O Painel concluiu que a ocorrência de EHDAB nos alimentos, decorrente da sua utilização em tintas aplicadas nos materiais de embalagem, não constitui preocupação em termos de segurança.
O texto completo do parecer da EFSA pode ser encontrado aqui.
Notas adicionais
1. As substâncias que têm propriedades genotóxicas têm o potencial de interagir directamente com o material genético (ADN) que se encontra nas células.
2. Não existe legislação europeia específica sobre as tintas aplicadas em materiais de embalagem de alimentos. No entanto, os materiais e os artigos destinados estar em contacto directo com alimentos devem obedecer aos critérios gerais especificados no Regulamento (CE) N.º 1935/2004. Este regulamento-quadro especifica que os materiais destinados estar em contacto directo com géneros alimentícios devem ser seguros e não haver transferência dos seus componentes em quantidades inaceitáveis para os alimentos. Mais informações sobre a regulamentação de materiais destinados a estar em contacto com alimentos podem ser encontradas aqui.
Fonte: Agência Portuguesa de Segurnaça Alimentar
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