Uma vacina desenvolvida a partir de um microrganismo encontrado no leite poderá em breve estar à disposição.
Um grupo de investigadores deu um importante passo na produção de uma série de vacinas que podem combater eficientemente o câncro e que parecem ser capazes de parar e reverter o crescimento da doença.
Investigadores americanos descobriram que um microrganismo, encontrado em produtos lácteos, auxilia no combate ao câncro activando as próprias células prejudiciais ao organismo (células T citotóxicas) para obter uma resposta imunológica mais forte na presença de células do câncro.
Apesar da capacidade das vacinas derivadas da bactéria Listeria estimularem as respostas imunológicas do corpo ser conhecida há já algum tempo, esta pesquisa é a primeira a fornecer uma evidência sólida nesse sentido depois de mais de 10 anos de pesquisas científicas e mais de 100 estudos publicados sobre o assunto.
Num destes estudos, publicado no Journal of Immunology, edição de Setembro de 2005, a professora de Microbiologia da Universidade da Pensilvânia, Yvonne Paterson, apresentou evidências das propriedades que combatem o câncro de uma vacina viva modificada de Listeria monocytogenes criada pela equipa por ela chefiada.
A vacina erradicou com sucesso vários tipos de câncro de crescimento rápido em ratos. Quando a Listeria foi introduzida no corpo, teve um efeito estimulante poderoso e que actuou directamente nas actividades das células T que contribuem para matar os tumores.
"Essencialmente, as vacinas de Listeria modificadas utilizam o poder do sistema imunológico contra este agente infeccioso, e então, direcciona isso para atacar com sucesso as células do câncro", disse o vice-presidente de desenvolvimento clínico da Advaxis, John Rothman. "As vacinas ensinam o sistema imune a montar uma resposta especializada e direccionada que é letal ao câncro".
A Advaxis, como refere o site DrugResearcher, está agora a fazer testes preliminares para duas novas vacinas para o combate ao câncro: a Lovaxin B, para o tratamento do câncro da mama e o Lovaxin C, para o câncro cervical (do colo do útero). Apesar de já haver resultados preliminares, os testes clínicos deverão começar dentro de um a dois anos.
Fonte: Anilact