Os produtores de mel continuam a utilizar medicamentos anti-infecciosos, entre os quais os antibióticos e sulfonamidas.
Em 20 amostras de mel testadas, 6 tinham resíduos de antibióticos e/ou sulfonamidas, e das 3 de geleia real, uma continha cloranfenicol.
Trata-se de um antibiótico proibido na União Europeia na produção de alimentos para consumo humano.
Alguns produtos apresentavam inclusivamente vestígios de mais do que uma substância.
Embora um pouco mais favorável que em 2003, altura em que aquela revista analisou também 20 amostras de mel e metade acusava a presença de antibióticos e/ou sulfonamidas, o panorama ainda é preocupante.
Os produtores de mel não podem continuar a ignorar a lei.
Contrariamente ao verificado no teste de há dois anos, e a acreditar nas informações dos rótulos, que indicam que o mel contido nas embalagens é português, estamos perante um problema essencialmente nacional e não apenas de importação de produtos contaminados.
Em relação à geleia real, incluída neste teste, os sinais também são inquietantes, tal como foi anunciado em Agosto último.
Uma amostra continha um antibiótico interdito pela União Europeia.
De imediato, foram alertadas as autoridades competentes.
Para proteger a saúde dos consumidores, os antibióticos e as sulfonamidas estão interditos em apicultura no espaço dos 25 países da UE.
Mas a verdade é que são de uso corrente, em conjunto com as organizações de consumidores suas congéneres da Bélgica, Espanha, Itália e Reino Unido, ter resolvido testar mel e geleia real.
Balanço: das mais de 100 amostras de mel e geleia real testadas nos 5 países, cerca de 20% acusava a presença de antibióticos e/ou sulfonamidas.
Além disso, mais de 40% das amostras de geleia real analisadas continham, apesar de todas as proibições, resíduos de cloranfenicol.
Mais controlo e penalizações é preciso
O problema da presença de medicamentos no mel e na geleia real pode atingir largos milhares de consumidores, sendo uma questão de saúde pública.
Por isso, a DECO exige que aqueles produtos sejam sujeitos a um controlo mais rigoroso e que os produtores que desrespeitam a lei sejam severamente penalizados.
Ao nível nacional, esta tarefa cabe ao Ministério da Agricultura que, apesar de todos os alertas, não tem conseguido controlar a situação.
O mel está abrangido pelo Plano Nacional de Controlo de Resíduos, da responsabilidade da Direcção-Geral de Veterinária, que depende do referido ministério.
Se existem organismos com competências específicas e um plano para controlar a presença de resíduos de medicamentos no mel, por que razão têm sido detectados tantos produtos contaminados?
Por seu lado, a União Europeia também tem as suas obrigações, devendo vigiar de perto a aplicação das suas leis pelos Estados-membros.
Fonte: Deco Proteste